Veterinária aposta na inovação e na qualificação como diferencial

Janete Batista e Silva, 57 anos, afirma ser uma pessoa que não conhece limites. Em 1983, com apenas 21 anos, recém-formada como médica-veterinária, ela se mudou do Paraná para a cidade de Vilhena (RO) para trabalhar na secretaria de Saúde do estado, atuando no matadouro municipal. Nesse mesmo ano, ela começou a tratar os cães e gatos de amigos em consultas que eram realizadas no próprio local de trabalho, sem nenhum tipo de estrutura. “Em princípio era só um passatempo, algo que gostava de fazer, ajudar os animais. Eu era assalariada e não visava lucros (com as consultas)”, comenta.

Em pouco tempo a procura começou a crescer e a médica-veterinária percebeu a necessidade de ampliar o espaço e adquirir equipamentos para atender e tratar os animais com maior eficiência. Naquele momento, início dos anos 1980, nasceu a Clínica Veterinária São João, a primeira de Vilhena e uma das primeiras clínicas de Rondônia. Janete alugou uma casa, onde montou seu consultório. Ali ela morava e atendia aos animais.

Durante muito tempo, trabalhou no vermelho, enfrentando ainda uma série de dificuldades estruturais, comuns naquela época no pequeno estado da região Norte: “Não tinha telefone, energia elétrica, asfalto e faltava água com frequência”, ressalta. “Aos poucos fui estruturando o local, comprei minha primeira máquina de banho e tosa e a clientela cresceu”, lembra.

Janete confessa que demorou muito para que ela própria passasse a enxergar a clínica como empresa. “Foi o Sebrae que me ajudou a perceber que ali havia um nicho de mercado, um negócio a ser explorado”, comenta.  A médica-veterinária frequentou, então, diversos cursos do Sebrae em busca de capacitação para poder gerir a clínica com mais qualidade. “O empresário muitas vezes tem um profundo conhecimento técnico, mas nenhuma experiência de gestão. Quando a gente cria o próprio negócio, temos de ser faxineiro e diretor ao mesmo tempo. Eu não sabia nada sobre como administrar a empresa. Era péssima em fazer contas”, diz Janete.

Ela buscou cursos como o Empretec, Gestão Financeira, Marketing Visual e Oratória. “Eu vivia dentro do Sebrae”, brinca a médica-veterinária. A primeira solicitação sugerida pelos consultores que ela acatou foi mudar a estrutura do local de trabalho. Janete precisava separar a própria casa do espaço do seu negócio. Na ocasião, ela já tinha um terreno próprio e decidiu construir.

Hoje a clínica é administrada pelos sobrinhos de Janete, enquanto ela tem se dedicado integralmente ao que mais gosta de fazer: atendimento aos animais e pesquisa laboratorial. Os planos para o futuro incluem tornar a Clínica São João em uma referência para toda a Região. “Nós queremos investir em equipamentos e no projeto de trazer especialistas de áreas que não atendemos atualmente. Ao fim desse processo, seremos uma referência em procedimentos de média e alta complexidade”, acredita a mulher que mais de 30 anos antes atravessou boa parte do país para se estabelecer como empreendedora fora de sua terra natal.

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