Como democratizar o acesso à IA pode mudar a economia brasileira

Pedro Chiamulera, um dos fundadores do AI Brasil, hub de inteligência artificial, aponta que essa nova tecnologia não deve ficar só nas grandes corporações mas também chegar nas pequenas e médias empresas do país

 

*Por Pedro Chiamulera

A inteligência artificial deixou de ser promessa futurista e se tornou um motor de transformação econômica atual. Estimativas de especialistas indicam que a adoção da IA pode adicionar até 13 pontos percentuais ao PIB brasileiro até 2035, um impacto que ilustra não apenas o potencial da tecnologia, mas também a urgência de torná-la acessível a todas as pessoas e empresas. Afinal, os ganhos não podem ficar restritos a grandes corporações: precisam ser compartilhados com todo o ecossistema produtivo.

Esse movimento já está em andamento. Dados do IBGE mostram que a indústria nacional tem avançado na incorporação da inteligência artificial em processos produtivos. E não se trata de uma realidade distante das pequenas empresas: estudos recentes apontam que 61% das PMEs brasileiras já utilizam algum tipo de ferramenta de IA. A transformação digital, portanto, não é e nem deve ser exclusividade de gigantes.

O desafio está na profundidade do uso. Embora a adoção esteja em curso, a maior parte das PMEs ainda explora a IA apenas para funções operacionais básicas.
Segundo a AWS, 80% das PMEs brasileiras utilizam a tecnologia de maneira limitada, enquanto apenas 10% conseguem avançar para usos mais sofisticados, como análises preditivas ou automação estratégica. Isso revela um paradoxo: a tecnologia já chegou até elas, mas seu potencial permanece subutilizado.

É aqui que a democratização se torna essencial. Tornar a IA acessível não significa apenas disponibilizar ferramentas, mas também garantir conhecimento, capacitação e integração estratégica para que empresas de todos os portes consigam extrair valor real da tecnologia. Democratizar a inteligência artificial é reduzir desigualdades entre grandes e pequenas empresas, equilibrar a competitividade e, sobretudo, acelerar a  modernização de um país em que a maioria dos negócios é formada por PMEs.

Por fim, vale concluir que a inteligência artificial já mostrou que pode transformar a forma como trabalhamos e produzimos. O próximo passo é garantir que essa mudança alcance a todos. Pois, esse é o caminho para que o Brasil realize plenamente o potencial de crescimento que já está ao nosso alcance.
*Por Pedro Chiamulera, Co-fundador da AI Brasil, hub brasileiro de Inteligência Artificial que democratiza e aproxima a tecnologia da vida real

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