Especialista explica como a IA está redesenhando times, colaboração e entrega em tecnologia

Para João Zanocelo (foto em destaque), VP de Marketing da BossaBox, a verdadeira vantagem está em combinar a velocidade da IA com o julgamento humano e relações mais integradas de trabalho

A aceleração da Inteligência Artificial está redefinindo não apenas o setor de tecnologia, mas a lógica de trabalho e de criação de valor em praticamente todos os setores. O que antes se desenhava como uma disputa entre humanos e máquinas evolui, agora, para um modelo de colaboração estratégica, no qual a combinação entre inteligência humana e computacional se torna o principal motor da inovação.

Essa mudança também vem alterando a maneira como as empresas se organizam, tomam decisões e constroem capacidade de entrega, já que ciclos mais rápidos exigem estruturas mais flexíveis e relações de trabalho capazes de acompanhar esse ritmo.

Para João Zanocelo, VP de Marketing e cofundador da BossaBox, consultoria referência no modelo de squads-as-a-service no Brasil, essa transformação não começou agora. Ela vinha se formando ao longo dos últimos anos, à medida que as empresas avançavam em digitalização e dependiam cada vez mais de ciclos contínuos de entrega. O ponto de inflexão, segundo ele, veio recentemente, quando a IA deixou de ser experimentação e passou a integrar o fluxo real de trabalho.

“Com a IA, os times ganharam uma camada a mais de capacidade. Isso tornou os ciclos mais rápidos e aumentou a necessidade de adaptação. Não é só sobre automatizar tarefas, é sobre permitir que as equipes se movam no ritmo do negócio”, explica.

Com a automação ganhando escala e os ciclos de produto ficando mais dinâmicos, o VP de Marketing e cofundador da BossaBox observa que estruturas antes mais rígidas — desde processos internos até a relação com parceiros de tecnologia — precisaram acompanhar essa nova cadência. “A IA encurtou ciclos e aumentou a necessidade de adaptação rápida. Não é sobre substituir funções, mas sobre organizar times e parcerias de um jeito que permita reagir no tempo certo”, completa.

Estudo recente da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), em parceria com a International Data Corporation (IDC), mostra que 96% das companhias de médio e grande porte já utilizam ou pretendem utilizar IA até o fim de 2025. Isso significa que o cenário não é de tendência, mas sim de realidade da adoção dessa ferramenta para operação, posicionamento, e principalmente, inovação.

Com processos mais automatizados e roadmaps mais dinâmicos, as empresas passaram a depender de ciclos de entrega mais curtos e flexíveis. Isso não alterou apenas as responsabilidades internas, mas também a forma como se constroem relações com parceiros externos de tecnologia.

Zanocelo observa que esse movimento não é sobre substituir pessoas, parceiros ou equipes. É sobre reorganizar a forma como tudo se conecta.

“A IA trouxe velocidade. As pessoas continuam trazendo contexto, estratégia e julgamento. O desafio é estruturar relações que permitam que essas inteligências se somem, e não que funcionem em paralelo”, afirma.

Essa soma também se reflete na forma como as empresas contratam tecnologia. Se antes o foco era apenas suprir uma necessidade pontual, hoje a discussão é mais ampla. É sobre criar modelos que permitam continuidade, ajustes e co-criação de valor ao longo do tempo.

“Com IA em todo o fluxo, a empresa não opera mais em blocos estanques. O trabalho acontece em movimento. Por isso, as estruturas de contratação e parceria também precisam acompanhar esse movimento”, completa o empreendedor.

Para o VP de Marketing e cofundador da BossaBox, esse é um dos pontos centrais do futuro do trabalho em tecnologia. “A disputa não é entre humanos e máquinas, nem entre equipes internas e externas. O diferencial competitivo real está em como tudo isso se combina. Quem conseguir criar ambientes colaborativos entre inteligências humanas, algorítmicas e organizacionais vai ditar o ritmo da próxima década”, finaliza.

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