Inteligência Artificial: O futuro das agências de PR na era da IA

Por Helena Prado, presidente executiva e sócia-fundadora da Pine*

Não são apenas nossos clientes que têm tido seus modelos de trabalho transformados pela inteligência artificial. O mercado de relações públicas também vive mudanças significativas pelas novas ferramentas, que impactam a dinâmica do setor. A automação de tarefas, a personalização de estratégias e a análise avançada de dados exigem que as agências se reinventem para acompanhar essa transformação.

De um lado, a IA possibilita a criação de conteúdo em escala e a identificação de tendências emergentes. De outro, o fator humano segue ainda mais sensível, por ser indispensável para validar informações e garantir autenticidade nas interações. Além disso, a compreensão de algoritmos e aprendizado de máquina se torna essencial para ajustar estratégias conforme o comportamento do público.

Profissionais de PR precisam equilibrar a automação com a personalização para manter uma comunicação eficiente, passando a desempenhar um papel mais estratégico, voltado para a curadoria de conteúdo e a gestão da reputação.

As tendências para 2025 indicam uma crescente personalização em tempo real, além da comunicação integrada entre PR e marketing digital. A personalização de campanhas, o monitoramento inteligente de crises e a análise preditiva tornam as estratégias de comunicação mais eficientes.

Com o uso de IA para monitoramento de mídia e análise de sentimentos as respostas a crises se tornam mais ágeis e o combate a fake news e deepfakes também atinge novos padrões. Por meio do uso de algoritmos avançados de verificação de fatos, aprendizado de máquina e análise de padrões, essas tecnologias conseguem identificar conteúdos manipulados e detectar informações falsas em tempo real.

Além disso, a IA pode monitorar redes sociais e veículos de comunicação para rastrear a disseminação de desinformação, permitindo respostas rápidas e estratégicas para mitigar danos à imagem das marcas.

Entretanto, o avanço da IA no PR traz desafios. O excesso de automação pode gerar mensagens impessoais e diminuir a capacidade de pensamento crítico, enfraquecendo relações institucionais. Além disso, o technostress, caracterizado pelo estresse e sobrecarga mental devido ao uso excessivo de tecnologia, afeta significativamente a saúde mental dos profissionais.

A necessidade de adaptação contínua e a pressão para acompanhar novas ferramentas geram fadiga e ansiedade. Para mitigar esses efeitos, é essencial investir em treinamentos, suporte psicológico e práticas que promovam o equilíbrio entre tecnologia e bem-estar.

inteligência artificial não substituirá os profissionais de PR, mas redefinirá seus papéis. O futuro da comunicação será baseado na fusão entre tecnologia e habilidades humanas. As agências que souberem integrar esses elementos terão vantagem competitiva, garantindo uma comunicação mais estratégica, personalizada e eficiente.

*Helena Prado é presidente executiva e sócia-fundadora da Pine, agência de comunicação especializada em PR e conteúdo estratégico para marcas inovadoras. Jornalista de formação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, possui MBA pela FIA, pós-graduação em Marketing com ênfase em Marketing Intelligence pela USP, mestrado em Data-Driven Marketing pela NOVA IMS (Lisboa) e atualmente cursa doutorado em Mídias Digitais na Universidade Nova de Lisboa.

Com cerca de 20 anos de experiência no mercado, Helena atuou com empresas nacionais e internacionais — de startups a grandes corporações — liderando projetos nas áreas de comunicação, conteúdo e mídias digitais. Foi responsável pela comunicação externa e marca da EY na América do Sul e head de comunicação e employer branding na scale-up Quero Educação.

Entusiasta de novas tecnologias, dedica-se à pesquisa sobre os efeitos da inteligência artificial no mercado de comunicação, com foco especial em como ela influencia a performance, a criatividade e o pensamento crítico de profissionais das áreas de marketing e comunicação.

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