No Brasil, IA para vendas já é aliada das grandes empresas – mas é preciso investir em treinamento

Por Ken Diamond, cofundador e CEO da Escale*

No mundo todo, agentes de inteligência artificial (IA) têm ganhado protagonismo nas jornadas de vendas ao automatizar tarefas, interpretar o comportamento do consumidor e atuar com foco em performance. No Brasil, o mercado está faminto, mas quer entender melhor como aplicar IA com responsabilidade e profundidade.

O que se percebe é que o interesse das empresas brasileiras por inteligência artificial nas jornadas de compra é crescente, inclusive em setores historicamente mais complexos, como telecomunicações, energia, financeiro, educação e seguros. Só para se ter uma ideia, grandes corporações do segmento de telecom e energia que  adotaram essa tecnologia registraram aumento de 40% nas taxas de conversão, além de ganhos expressivos na qualificação de leads comparado aos bots de primeira geração, de acordo com mapeamento de Ponto de Vista da Escale, empresa especializada em jornadas digitais.

Outro dado interessante é que entre os vendedores de alto desempenho no Brasil, 83% ultrapassam metas utilizando IA, enquanto a média global é 73%, segundo relatório do LinkedIn Deep Sales, de 2024. A demanda por soluções eficazes  começou a se transformar em ação concreta, marcando um novo momento no uso da IA no ambiente enterprise.

Mas afinal, o que diferencia esses novos agentes dos chatbots convencionais? A resposta está no nível de inteligência e autonomia. Diferentes dos chatbots tradicionais, os Agentes de IA funcionam como agentes inteligentes estruturados, capazes de agir com base em contexto e autonomia em cada etapa do funil de vendas. São dinâmicos, inteligentes e empáticos por natureza. Contudo, essa sofisticação exige preparo.

Para que a IA funcione de forma realmente eficaz, ela precisa ser treinada com dados específicos do negócio, incorporando a linguagem, o posicionamento e os diferenciais do produto ou serviço. IA genérica não converte. Resultados de alta performance só aparecem com agentes bem preparados, treinados com profundidade e operando dentro de um ecossistema estratégico.

Vale ressaltar que não estamos falando da substituição total do elemento humano. O que está em jogo é uma reconfiguração das equipes comerciais: menos volume, mais estratégia. Os profissionais de vendas passam a focar nas etapas mais críticas e valiosas da jornada, enquanto os agentes de IA cuidam do restante com eficiência e precisão. O humano segue indispensável dentro deste cenário. Sabemos que estamos apenas no começo da adoção dos Agentes de IA no mercado corporativo brasileiro. Mas uma coisa é certa: que eles irão dominar o cenário de vendas é algo inegociável. O próximo passo, agora, será garantir educação e mecanismos de qualidade que assegurem uma aplicação responsável da IA nos negócios.

*Ken Diamond é cofundador e CEO da Escale, empresa de tecnologia que desenvolveu uma plataforma proprietária de AI Agents para criar experiências de vendas digitais através do WhatsApp e Voz otimizadas e mais eficientes. Em parceria com gigantes como a Meta, a empresa está na vanguarda da transformação digital, ajudando marcas a converter mais e reduzir custos operacionais. 

Facebook
Twitter
LinkedIn