Além dos drones e do agro: startup Horus Aeronaves amplia mercados com solução para indústria 4.0 e smart cities

Empresa fundada em Florianópolis e que já captou mais de R$ 9 milhões em investimentos anuncia reposicionamento como Horus Smart Detections e passa a fornecer solução de monitoramento contínuo de ativos.

Horus Aeronaves, startup brasileira referência em desenvolvimento de tecnologia com drones para mapeamento, anuncia ao mercado nesta quinta-feira (29) um novo posicionamento em que deixa a fabricação e comercialização de drones, que teve forte adesão no setor agro, para entrar no que ainda é um “oceano azul”: uma solução de monitoramento contínuo de ativos utilizado por grandes empresas da indústria 4.0 e o setor público, especialmente no mercado de smart cities, telecom e energia.

A empresa, que passa a se chamar Horus Smart Detections, foi fundada em Florianópolis em 2014. Passou por alguns dos principais programas de incubação (CELTA) e aceleração no país (InovAtiva, Darwin Startups), além de já tem captado mais de R$ 9 milhões em subvenções e fundos de investimento como SP Ventures, Cventures e equity crowdfunding. Seguindo a média histórica de crescimento anual da empresa, a projeção para 2021 é de uma expansão de pelo menos 70% em função desta nova oferta de serviço.

“O mercado foi se mostrando sedento a demandas muito mais amplas e que demandam tecnologias inteligentes, ágeis e seguras na coleta e tratamento dos dados. E é exatamente isso que Horus Smart Detections representa”, afirma o sócio-fundador e CEO Fabrício Hertz. 

Neste reposicionamento estratégico, a startup passa a oferecer uma plataforma online em nuvem que faz o monitoramento de ativos como plantas solares, torres de celular, reservatórios, áreas de floresta e preservação ambiental. Os dados são captados com robôs, satélites, drones, sensores estacionários, software e sistemas de inteligência artificial – e geram relatórios analíticos. Entre os clientes estão grandes corporações como Vivo (telecom) e ENEL (energia). Atualmente, a empresa tem 32 colaboradores e segue em expansão, com vagas especialmente no time comercial e de data science.

A tecnologia, considerada única no mundo pelo potencial de customização por projeto, também tem um apelo para a gestão pública, abrindo frentes no mercado de soluções para cidades inteligentes (smart cities). A Prefeitura de Florianópolis utiliza a plataforma da Horus há mais de dois anos para monitorar – com captação de imagens via satélite – as ocupações e construções irregulares em áreas de proteção e preservação ambiental na cidade. 

“A partir da imagem do satélite, um algoritmo compara a área com registros anteriores e gera uma informação de alteração de paisagem. Com isso, os fiscais têm um mapa mensal de todas as ocorrências de desmatamento e conseguem fazer um trabalho ativo. Nós antecipamos essas ocorrências em até um ano, gerando um aumento de 50% na eficácia das fiscalizações – além de reduzir problemas urbanos”, destaca o CEO.  

NOVA PERCEPÇÃO DE VALOR E PARCERIA INTERNACIONAL 

“O mercado de soluções para smart cities e indústria 4.0 mostrou o potencial que esta tecnologia tinha. Desde o final de 2020 começamos a trabalhar em um reposicionamento estratégico. Agora somos uma plataforma SaaS de monitoramento de ativos e, pela possibilidade de customização de projetos, estamos praticamente em um oceano azul”, comenta o diretor de Operações (COO) Lucas Bastos.

Outra novidade que a Horus Smart Detections comunicou ao mercado é a parceria exclusiva de revenda no Brasil dos robôs da  Boston Dynamics, empresa norte-americana de engenharia robótica que ficou conhecida pelo desenvolvimento de robôs avançados em mobilidade, agilidade, destreza e velocidade. É a fabricante do robô-cachorro Spot, usado em fábricas automotivas e na inspeção de plataformas de petróleo.

“Temos oportunidades em clientes em comum, pois além de drones e satélites, usamos robôs autônomos para captação de dados ou monitorar áreas de risco sem expor um drone ou um operador, por exemplo. Eles nos procuraram por justamente não sermos um software de prateleira, mas com diversas aplicações, assim como o portfólio da Boston Dynamics”, destaca o CEO Fabrício Hertz.

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