Startup quer levar modelo inédito de deslocamento sustentável e multimodal às cidades

Utilizando o conceito de Mobility as a Service (MaaS), a GoMoov desenvolve plataforma que encurta a jornada de mobilidade urbana e pretende chegar a 25 municípios em 2022 – e mais de 600 em cinco anos. 

Há pouco mais de um mês, a população de Joinville, maior cidade catarinense e historicamente conhecida como a “cidade das bicicletas” – conta com um modelo inédito no país de plataforma de micromobilidade elétrica e sustentável.

A startup GoMoov, que tem sede na cidade, disponibilizou inicialmente uma frota de 20 veículos elétricos para compartilhamento, que podem ser retirados em pontos como estacionamentos de terminais urbanos e varejo.  Na primeira fase de testes, o sistema cobre um raio de 1,5 km da região central da cidade de 600 mil habitantes – área que deve ser expandida nos próximos meses, com ampliação da frota para 100 unidades. 

São bicicletas, patinetes e um modelo exclusivo semelhante a uma scooter (mas com velocidade média de bicicleta) para deslocamentos rápidos ou como alternativa de complemento ao percurso diário. O valor do aluguel é de R$ 1,00 nos primeiros cinco minutos e R$ 0,50 nos minutos seguintes. Os veículos têm velocidade média em torno de 20 km/h. 

Um dos diferenciais é o sistema de “paradinha“, que permite ao usuário manter o veículo locado enquanto realiza alguma tarefa – como ir à padaria ou farmácia, por exemplo – até concluir seu percurso. 

“É um modelo de franquia, escalável, com foco nas demandas de operadores de sistemas de transporte, empresas e o próprio poder público. Trata-se de uma plataforma de serviços de mobilidade no conceito de Mobilidade como Serviço (Mobility as a Service – MaaS)”, ressalta o CEO Jean Cardoso. Além dele, a startup tem como sócios o engenheiro mecânico Felipe Pires e o engenheiro industrial Thiago Rigon – ambos diretores do Grupo Alltech, que incubou a GoMoov em sua aceleradora voltada a projetos sustentáveis e de impacto social. 

A proposta da startup parte dos conceitos e princípios da mobilidade urbana compartilhada definidos pela World Resources Institute (WRI) e se difere de outras experiências internacionais de mobilidade por ser uma operação que envolve o alinhamento com o poder público, além de estar “plugado” aos aplicativos do transporte coletivo, mas sem vínculo contratual direto com prefeituras. 

A solução também conta com foco socioambiental, ao se posicionar como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU na diretriz de Cidades e Comunidades. 

“Existem iniciativas semelhantes rodando em cidades como Los Angeles, Pittsburgh, Cidade do México, Montreal, Helsinque e Buenos Aires, mas em muitos desses casos trata-se de uma iniciativa do poder público. Nenhum destes, porém, é dockless (sem obrigatoriedade de deixar o veículo em um “dock”, ou estação), elétrico e multimodal. Para países em desenvolvimento, é o modelo mais adequado para estimular novos hábitos de mobilidade”, ressalta o CEO. 

Para higienização dos equipamentos, é utilizado um desinfetante para superfícies com ação bactericida, fungicida e esporicida de ação prolongada com duração ativa de 90 dias (SD-ST) – a tecnologia à base de Silano (composto químico derivado do silício) permite que o produto fique colado molecularmente à superfície. O produto é fabricado no Estados Unidos e possui registro na Anvisa – com eficácia comprovada de eliminação de 99,99% dos organismos. 

Em 2020, a startup iniciou a validação do modelo oferecendo os veículos para locação no Perini Business Park, parque industrial que conta com mais de 250 empresas e onde está instalado o Grupo Alltech, que desenvolve soluções para usinagem na indústria. Recentemente selecionada no programa Scale-up Endeavor, a empresa conta com um laboratório de inovação no Ágora Tech Park, parque tecnológico localizado em Joinville.

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