Logística: Especialista aponta desafios que ainda travam a eficiência no Nordeste e o que mudar para 2026

Kassio Seefeld (foto em destaque), CEO da TruckPag, revela como custo do frete, falta de integração e outros obstáculos podem impactar o setor regionalmente

A região Nordeste do Brasil tem se consolidado como um polo logístico estratégico para atender ao crescimento do varejo e do agronegócio. Um exemplo desse avanço é o transporte de cargas fracionadas, que apresentou alta significativa: segundo dados do Transvias, as consultas para esse tipo de transporte cresceram 90,46% no último ano, passando de 201 mil para 382,9 mil registros. Apesar desse crescimento, a região ainda enfrenta desafios que impactam a eficiência logística, como a falta de integração entre modais, custos elevados de frete e carga tributária alta.

“O Nordeste tem um potencial enorme para logística. Além do crescimento do comércio e do agronegócio, a região oferece acesso a portos e cidades-chave, o que facilita o escoamento de cargas para outras regiões do país. Transportadoras que aproveitam essas oportunidades podem reduzir distâncias, melhorar a eficiência e abrir novas rotas de negócio” afirma Kassio Seefeld, CEO da TruckPag, startup de meios de pagamento com soluções completas para frota pesada.

Diante desse cenário, Seefeld menciona quais são os 5 principais desafios que a região enfrenta e estratégias práticas para superá-los em 2026. Confira!

1 – Estradas em condições difíceis
Muitas rodovias ainda têm buracos, pavimentação desgastada e problemas de drenagem, o que aumenta o tempo das viagens, causa desgaste nos veículos e eleva os custos do transporte. Nesse sentido, é importante planejar rotas alternativas, realizar manutenção preventiva da frota e negociar com parceiros locais para utilizar vias em melhores condições sempre que possível.

2 – Falta de integração entre portos, armazéns e transportadoras
Quando portos, terminais e armazéns não funcionam de forma coordenada, surgem atrasos, filas e tempo ocioso. Utilizar sistemas de gestão integrados, estabelecer comunicação constante entre os pontos da cadeia e antecipar horários de entrega para reduzir gargalos são algumas das alternativas que podem ser eficientes para esses casos.

3 – Custo do frete ainda alto
A distância entre cidades e rotas pouco otimizadas aumentam o custo do transporte, especialmente para entregas em pontos distantes ou com baixa concentração de clientes. Nesse sentido, deve-se consolidar cargas sempre que possível, revisar rotas periodicamente e negociar melhores condições com fornecedores e parceiros de frete.

4 – Regras e impostos diferentes entre estados
Cada estado tem suas próprias regras, documentação e tributos, o que atrasa processos e aumenta a burocracia. É importante sempre manter uma equipe ou consultoria especializada em legislação estadual e utilizar softwares que automatizem cálculos de impostos e emissão de documentos.

5 – Clima e relevo
Chuvas fortes, terrenos acidentados e áreas de difícil acesso podem atrasar viagens e aumentar o risco de problemas nas rotas. Também é importante planejar rotas considerando previsões meteorológicas, investir em veículos adequados para cada tipo de terreno e manter protocolos de segurança claros para os motoristas.

“O caminho para melhorar a logística no Nordeste passa por iniciativas concretas: integrar sistemas de rastreamento, planejar rotas de forma inteligente, capacitar equipes e investir em manutenção preventiva. Pequenos ajustes, como consolidar cargas e coordenar horários de entrega, já trazem resultados rápidos. Com essas ações, as transportadoras conseguem operar com mais segurança, reduzir custos e transformar os desafios da região em vantagem competitiva”, finaliza Seefeld.

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