23|01|2012
Em novembro do ano passado, durante o Digitalks Day, realizado em São Paulo, um dos palestrantes que discorria sobre estratégias de email marketing resolveu provocar a platéia, perguntando se concordávamos com a catastrófica corrente de paladinos que prevê, para breve, o fim do email. Sim, para alguns gurus, o nosso popular correio eletrônico, que diariamente nos fornece notícias, dicas de promoção, links para aprovacão de cadastros e, claro, toneladas de spam, está com os dias contados.
Diante da relutância da platéia, ele resolveu fazer uma pequena enquete. Pediu para levantar a mão aqueles que haviam se inscrito no seminário depois de ter recebido uma mala direta eletrônica. Pelo menos 80% dos presentes se manifestaram sem titubear. E vejam: não estamos falando de um público qualquer. Estamos falando de hard users de internet, ou seja, gente que além do email tem acesso a dezenas de outras ferramentas de comunicacão digital, como blogs, perfis em redes sociais, programas de mensagens instantânea, etc.
Não é de se espantar: o email é a segunda maior ferramenta de comunicacão digital do mundo, perdendo apenas para os sites. Segundo a empresa de monitoramento de tráfego na web Royal Pingdom existem cerca de 3 bilhões de contas de email no mundo, pertencentes a aproximadamente de 2 bilhões de pessoas (ou seja: muita gente tem mais de uma conta). O fluxo em 2010 foi de 107 trilhões de mensagens enviadas, dos quais 89,1% eram spams – isso corresponde a uma média de 262 bilhões de mensagens indesejadas por dia.
Esses dados nos fazem perceber o real valor do email e o quanto, infelizmente, uma significativa parcela das empresas ainda não sabe fazer o uso correto dessa ferramenta. Com isso, perdem dinheiro, clientes e reputação. Para usar o correio eletrônico de maneira assertiva, seguindo os princípios do marketing inteligente, não é necessário fórmulas mirabolantes ou investimento maciço em pesquisas . Basta seguir as 5 regras abaixo:
1) Segmente seu mailling: de nada adianta comprar banco de dados de terceiros com milhões de nomes sem segmentação. É preciso separar os clientes, não apenas pelo perfil demográfico (idade, sexo, classe social), mas também pelo perfil psicográfico (gostos, aspiração social). Isso demora um bom tempo, mas construir uma base de dados sólida aumentará as chances de fidelizacão de clientes e de um retorno financeiro maior. Lembrando que o mailling deve ser fomentado por adesão, ou seja, o cliente autoriza a inclusão de seus dados no banco de dados. Ofereça brindes (iscas digitais) para obter o nome e email de potenciais clientes para prospecão.
2) Estabeleça periodicidade: Enviar mensagens de forma irregular não cria vínculo com o consumidor. É preciso gerar uma rotina, que resulte em familiaridade para o cliente. Mas para isso é necessário bom senso. Mandar várias mensagens por dia certamente resultará num opt out (quando o destinatário pede para que seu nome seja excluído do mailling) e uma por mês fará com que ele nem se lembre de você. Não há uma norma, uma verdade absoluta, mas recomenda-se pelo menos um ou dois envios por semana. Evite a segunda (quando a caixa postal costuma ficar cheia), a sexta e os finais de semana (quando as pessoas acessam menos suas caixas postais).
3) Use títulos chamativos no campo Assunto: para ganhar destaque em meio as dezenas ou centenas de mensagem que recebemos diariamente, é necessário criar mensagens chamativas. Frases com números ("25% de desconto em produtos de informática" ou "9 dicas na hora de comprar seu carro") ou em forma de questão ("Em dúvida do que vai comprar para sua namorada no Natal?") costumam ter maior índice de abertura. Mas lembre-se: a chamada precisa ter vínculo com a realidade. Nada de criar manchetes falsas.
4) Escolha bem as landing pages: as landing pages (páginas de aterrisagem) são as páginas para onde as pessoas são direcionadas após clicar num link do email, seja para ver mais informações de uma oferta ou para ler o restante de um texto. Essas páginas precisam cumprir o prometido, ou seja, ser a continuação do email, objetivando levar o internauta por um caminho que termine na conversão de uma compra, na resposta de uma pesquisa, na obtenção de seus dados cadastrais, etc. Páginas de aterrisagem que não tem nexo com a newsletter causa a perda da confiança do cliente.
5) Mensure os resultados: com os programas atuais de gerenciamento de emails, é possível saber quem recebeu a mensagem, quem abriu, em quais notícias clicou, se houve conversões, etc. Transforme esses dados em informações. Eles serão úteis na tomada de decisões e norteará a emrpresa nos desenvolvimento de novas campanhas de email marketing.
Denis Zanini é consultor de marketing digital e criador do site www.suaempresanasmidiassociais.com.br