Companhia quer reforçar receita publicitária com ferramentas que deixam mais visíveis as ações de marketing de empresas
Com o IPO (oferta pública de ações) previsto para os próximos meses, o Facebook deixou de lado a sua sede no Silicon Valley, na Califórnia, e escolheu o Museu de História Natural em Nova York para anunciar uma série de novas ferramentas de marketing para empresas atingirem os usuários da rede social. Algumas foram consideradas polêmicas, pois podem ser vistas como invasão de privacidade.
No evento, os principais objetivos foram atrair grandes empresas para anunciar na rede social e convencer investidores do mercado financeiro a comprar ações quando estas forem começarem a ser vendidas.
A escolha de Nova York e o comando da diretora de operações, Sheryl Sandberg, em vez do presidente Mark Zuckerberg, tentavam dar importância ao lado "executivo" do Facebook. De acordo com estimativas iniciais, o IPO, caso seja bem sucedido, deve indicar que a empresa vale cerca de US$ 100 bilhões.
Além disso, em uma briga cada vez mais dura com o Google e o Yahoo!, o Facebook tenta mostrar as vantagens de anunciar na rede social. Toda a argumentação de Sandberg ontem foi para mostrar como o site, diferentemente de seus rivais, pode aproximar as pessoas, usando o exemplo da Primavera Árabe. E isso facilita também o diálogo do marketing de empresas com os consumidores.
Atualmente, 85% dos US$ 3,7 bilhões do faturamento do Facebook em 2011 vêm da publicidade. Segundo analistas, os gastos com marketing na internet são de US$ 76 bilhões anuais.
Ferramentas
De acordo com o diretor de marketing do Facebook, Mike Hoefflinger, as quatro principais ferramentas de marketing são as próprias páginas das empresas, que passam a ser revitalizadas com a linha do tempo, o right-hand-side (informações colocadas no lado direito das páginas), o feed de notícias e o Facebook Logout Experience – este último permite que os anúncios alcancem até os usuários que estão desconectados de suas contas.
Através de um mecanismo chamado reach generator, algumas empresas têm conseguido quadruplicar o alcance de amigos, fãs e consumidores. Atualmente, o post de uma determinada pessoa atinge, em média, 16% de seus amigos. Com a ferramenta, empresas com páginas no Facebook podem alcançar pelo menos 75% de visualização.
Grandes corporações como Coca-Cola, Nike, Macy’s, Starbucks e Wall Mart já adotaram as novas ferramentas. A linha do tempo já disponível para usuários comuns será obrigatória para todos – pessoas e empresas – até o fim deste mês. Até dezembro, celulares e tablets também conterão essas ferramentas. Analistas afirmam que o mercado de publicidade nos aplicativos de celular ainda não é bem explorado pelo Facebook.
Críticos dizem que estas novas ferramentas do Facebook podem espantar usuários. Muitas pessoas podem sentir que sua privacidade é invadida com propagandas colocadas diretamente no feed de notícias. Também há o risco de batalhas jurídicas relativas ao assunto.