*por Diego Martins, CEO e fundador da unico
O ano de 2021 já começou, mas para muitos a sensação ainda é de estar no mesmo lugar. Há quase 12 meses convivemos com restrições e, para evitar deslocamentos, nos aliamos à tecnologia para manter as relações sociais e de trabalho. Foi ela que nos permitiu cumprimentar a família no Natal, rever os amigos em uma reunião online ou seguir trabalhando de casa durante o lockdown.
Apesar da simplificação de processos ser o chamariz para o uso de um novo aplicativo ou ferramenta, passamos desse estágio quando começamos a questionar se nossas informações estão protegidas ao acessá-las. Este ano vai marcar essa transição: a partir de agora, é a segurança que vai nortear a forma como consumimos tecnologia. Depois da sanção da Lei Geral de Proteção de Dados no final do ano passado, por exemplo, passamos a ser constantemente informados pelas empresas sobre o armazenamento de informações nossas, com a exigência do consentimento aparecendo em termos de uso e pop-ups nas páginas da internet.
Estamos saindo daquele ambiente digital rodeado de incertezas e colocando o holofote nos cuidados com os dados pessoais. Mas ainda é preciso gerar conscientização. A pesquisa Painel TIC COVID-19, feita pelo Cetic.br em 2020 com usuários de internet em todo o Brasil, mostrou que 32% se preocupam com o uso de seus dados em prejuízos por fraudes bancárias ou de cartão de crédito e apenas 23% com roubo de identidades.
O Brasil segue figurando nas listas dos países que mais concentram tentativas de fraude do mundo ao mesmo tempo em que a digitalização já provou ser um caminho sem volta. Ou seja, é preciso organizar a casa. São as pessoas, para as quais as tecnologias são feitas, que vão definir o sucesso desse novo momento, exigindo a transparência e a segurança devidas nas novas relações que são estabelecidas online.
O ano de 2021 será único, no qual mais paradigmas serão quebrados e muitas decisões inéditas serão tomadas pelo bem da sociedade digital. Afinal, para termos um futuro muito mais simples, precisamos investir, primeiramente, em um presente mais seguro e responsável. Espero que, ao chegarmos ao final do ano, o balanço seja positivo o suficiente para caminharmos rapidamente rumo à eficiência.