Índice de Confiança do Comércio saiu de uma queda de 10,8% no trimestre encerrado em fevereiro para um recuo de 9,8% no trimestre encerrado em março
Embora ainda esteja em patamar inferior ao do ano passado, a confiança do empresário do comércio vem evoluindo favoravelmente neste início de 2012. E a previsão para o futuro é de melhora, segundo a Sondagem do Comércio, divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Na pesquisa, para o trimestre encerrado em março, 60,3% dos entrevistados disseram acreditar numa melhora para a tendência dos negócios nos próximos seis meses. No trimestre encerrado em fevereiro, esse porcentual era de 55,9%.
"Seria exagero falar em pessimismo quando há 60% das empresas dizendo que a tendência para os negócios nos próximos seis meses é boa. O grau de otimismo ainda não voltou ao patamar do ano passado, mas houve avanço em março", afirmou o economista Aloisio Campelo, consultor do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. "A melhora de expectativas sinaliza que o resultado está ganhando um pouco de força".
O Índice da Situação Atual do Comércio no trimestre encerrado em março foi 4,1% inferior ao registrado no mesmo mês de 2011. Em fevereiro, a taxa tinha sido 7,9% menor que a registrada em igual período do ano passado.
Parte da melhora pode ser atribuída a uma diferença de calendário, já que o carnaval ocorreu em fevereiro neste ano, e em março no ano passado. No entanto, houve evolução na confiança nos setores de bens de consumo duráveis e semiduráveis, além de materiais de construção.
"Estamos vendo agora uma recuperação tanto de automóveis, que é um setor importante, quanto de móveis e eletrodomésticos, que estão sob influência da redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Tecidos e vestuário, e equipamentos de informática também melhoraram", lembrou Campelo.
O Índice de Confiança do Comércio saiu de uma queda de 10,8% no trimestre encerrado em fevereiro para um recuo de 9,8% no trimestre encerrado em março. A taxa dos equipamentos de informática e comunicação passou de -12,1% para -1,6% no período, e a dos artigos farmacêuticos e de perfumaria saiu de -6,3% para -0,2%.
No caso de móveis e eletrodomésticos, a taxa ficou positiva. A confiança aumentou 7,0% no trimestre encerrado em março, em relação ao mesmo período de 2011. Em fevereiro, o resultado já tinha sido 9,9% melhor que o de 2011. Em janeiro, a alta foi de 7,5% nesse tipo de comparação. "O setor já tinha taxas acima do ano anterior, mas ganhou força depois da redução do IPI. Desde o início do ano, ele vem com resultados altos", disse o economista da FGV.
O setor de combustíveis reduziu a queda de 4,3% no trimestre encerrado em janeiro para -3,2% em fevereiro. Em março, a taxa ficou em -0,6%. Já o setor de materiais de construção conseguiu diminuir a diferença em relação a 2011 de -3,4% em fevereiro para -1,0% em março.
O setor de veículos e motocicletas também reduziu a taxa de -9,3% em fevereiro para -5,7% em março. "O que mais afeta esse setor é o ciclo de endividamento do consumidor. Mas ainda há déficit de carros mais modernos, na frota de cidades como o Rio de Janeiro", avaliou Campelo.
Por outro lado, o setor de hipermercados e supermercados sinaliza uma acomodação, saindo de uma taxa de -6,4% no trimestre encerrado em fevereiro para -6,3% no trimestre encerrado em março.
A pesquisa tem como início da série histórica o mês de março de 2010. Portanto, os resultados não são ajustados sazonalmente. A FGV usa períodos de três meses em comparações interanuais para tentar eliminar impactos sazonais. A sondagem foi conduzida com 1.255 empresas informantes, entre os dias 5 e 29 de março.