Redução de IPI será até 31 de julho de 2016 para montadoras de veículos
Anunciada no dia 3 de agosto, a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até 31 de julho de 2016 para montadoras de veículos afetou negativamente o setor.
De acordo com o economista da Agência MSantos, especializada em consultoria automotiva, Ayrton Fontes, o motivo da má influência do anúncio foi o entendimento dos consumidores, que acreditaram ser um novo período de descontos para a aquisição de carros. “Quando foi anunciado na mídia que o governo iria reduzir o IPI para o setor automotivo, houve logo no dia seguinte queda nas vendas, pois os consumidores entenderam que haveria novamente a redução no preço do carro, como aconteceu em 2009, e muitos preferiram esperar pelo desconto”, completa Fontes.
Cenário
Mesmo com o esclarecimento de que a redução será concedida apenas para a produção dos veículos, as vendas continuam sofrendo queda. “As vendas continuam em queda, com a diminuição do tráfego de consumidores nas concessionárias de veículos, apesar das principais montadoras terem investido em feirões de fábrica. No último final de semana, com chamadas na mídia para suas redes de distribuição, a GM realizou um feirão em sua fábrica em São Caetano do Sul e a Volkswagen no páteo de um hipermercado na região do ABC, mas ambas tiveram resultados bem abaixo do esperado”, explica o economista.
Medida Provisória
A MP 540, que prevê reduções do IPI, faz parte da política industrial anunciada pela presidente Dilma Rousseff no dia 2 de agosto. A medida, porém, precisa de um decreto para que seja regulamentada. “Parece que o governo está com problemas para editar a regulamentação da medida provisória”, explica Fontes, que ainda afirma que a demora no anúncio do decreto “está provocando conflitos e discordâncias dos setores deste segmento”.
A medida valerá para os fabricantes de tratores, ônibus e micro-ônibus, automóveis de passeio, caminhões e veículos comerciais leves, mas não atinge o consumidor final.