Ao contratar pessoas no modelo PJ você está contratando empreendedores

Fernanda e Sérgio empreendedores Conta Black
*Por Fernanda Ribeiro e Sérgio All,  fundadores e CCO e CEO, respectivamente, da Conta Black

Antes de iniciarmos esse artigo, queremos abordar um assunto que muitas pessoas ainda não sabem: se você está empregado no modelo de contratação por Pessoa Jurídica (PJ), você não é colaborador, mas empreendedor. E se você admite pessoas nessa modalidade, você está contratando empreendedores e não colaboradores. Ter conhecimento dessa informação é importante e mudará a sua mentalidade financeira.

Nos últimos anos, a contratação PJ tem crescido no mercado de trabalho, principalmente nas empresas, devido à reforma trabalhista. Ser Pessoa Jurídica tem várias vantagens, por exemplo, receber o salário integral sem os descontos que a contratação CLT aplica, realizar uma contratação mais rápida, entre outros. Há também desvantagens, como a não contribuição com o INSS, o FGTS, direitos trabalhistas, entre outras.

E por que há um aumento de contratação empresarial PJ? Você já parou para pensar sobre isso? Na prática, a contratação nesta modalidade reduz muitos custos empresariais. Ao mesmo tempo, retira muitos dos seus direitos trabalhistas estabelecidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). E esse processo de retirada de direitos já vem se desenvolvendo no Brasil há bastante tempo, o que deixa as pessoas ainda mais vulneráveis e propensas a riscos, como o descontrole financeiro e o endividamento. Por exemplo, um trabalhador que está acostumado ao regime CLT pode sentir mais liberdade na contratação Pessoa Jurídica ao receber o seu salário total, porém ele precisa entender que essa liberdade traz mais responsabilidades financeiras, como reservar dinheiro para a aposentadoria ou contribuir individualmente.

E aqui está um ponto importante: a partir do momento em que se é PJ, a pessoa é empreendedora, mesmo trabalhando em uma empresa com modelo de trabalho com as mesmas exigências internas de uma contratação CLT. Contudo, a maioria das pessoas ainda não sabem disso e continuam se organizando financeiramente como uma Pessoa Física (PF). Entretanto, ser empreendedora exige uma estruturação maior das despesas mensais e futuras, além de ser também responsável por se planejar para imprevistos, emergências, saúde, alimentação, lazer, moradia, entre outros gastos mensais. Esse é um conhecimento adquirido com educação financeira para uma mudança de mentalidade, em um momento de crescimento de contratação por Pessoa Jurídica, se disfarçando, na maioria das vezes, de CLT, e levando as pessoas a acreditarem que estão nesse modelo de contratação.

Dessa forma, para evitar viver em momentos de prosperidade rápidos e entrar em períodos de escassez prolongada, é preciso aprender a administrar o dinheiro recebido no presente, tendo um equilíbrio entre despesas e investimentos, em prol da sua saúde financeira. Esse processo precisa ser administrado avaliando o cenário como pessoa empreendedora, conforme a sua realidade. Mas sempre lembrando que ao empreender, você é dona do próprio negócio, do seu próprio nome, e é preciso se organizar, gerir recursos para uma reserva de emergência com um valor maior, aprender mais sobre educação empreendedora, os seus direitos e riscos para uma carreira empreendedora próspera.

Sobre Sérgio All – Fundador e CEO da Conta Black, hub de serviços financeiros e de consumo, alocado em uma conta digital que tem o objetivo de ampliar o acesso à serviços financeiros a todas as pessoas sem burocracia e educação financeira, por meio de ferramentas simples, para que o crédito não se torne um inimigo. Sérgio é publicitário e trabalhou por mais de 20 anos em sua agência de comunicação. Ao ter crédito negado em um banco, em 2000, para compra de equipamentos para a sua agência, decidiu que abriria o próprio banco. Empreendedor, Sérgio viu na criação da Conta Black, junto com a sua esposa Fernanda Ribeiro, a oportunidade de ampliar o acesso à serviços financeiros a todas as pessoas sem burocracia e educação financeira, por meio de ferramentas simples. Sérgio e Fernanda são especialistas em finanças, mercado financeiro, oferta de crédito, endividamento das famílias e educação financeira, focando na realidade e especificidades da população pobre negra e periférica.

Sobre Fernanda Ribeiro- Presidente da Associação AfroBUsiness, co-fundadora e CCO da Conta Black. Fellow IVLP – Internacional Visitor Leadership Program. Conselheira Administrativa no Instituto C&A. Líder de diversidade da Associação Brasileira de Fintechs e Embaixadora Rede Ibero Americana de Mulheres em Fintech. Vencedora do Prêmio Empregueafro Talento da Diversidade e Prêmio CITI Jovens Empreendedores na categoria Organização Social Mais Transformadora. Reconhecida na lista dos 50 profissionais Hustlers a serem seguidos segundo a Gama Academy. Finalista do Prêmio Mulheres Tech in Sampa. Formada em turismo e pós graduada na área de comunicação corporativa. Curadora dos programas Startup A e E-commerce Social. Mentora Black Rocks Startups. Atuou em empresas multinacionais nas áreas de qualidade, e-commerce, experiência do cliente, treinamento e comunicação interna. Dedica-se também ao desenvolvimento de ações e programas para fomento da diversidade, inclusão econômica e social relacionados às temáticas de gênero e étnico-raciais, com ênfase em empreendedorismo e finanças.

Sobre a Conta Black – Fundada em novembro de 2017, por Sérgio All, a Conta Black – hub de serviços financeiros e de consumo, alocado em uma conta digital – nasceu com o propósito de atender desbancarizados que não têm acesso a serviços bancários. Destinada a pessoas de todas as classes, a fintech oferece um leque de serviços com foco na educação financeira de seus usuários. O negócio teve início com investimento próprio, tendo recebido investimento-anjo recentemente.
Crédito da foto: Podcast do Zero ao Topo
Facebook
Twitter
LinkedIn