Por Ester Caresma, Diretora de Compliance e Riscos na Transfeera*
O termo “compliance” significa conformidade com normas internas (políticas e procedimentos), e externas (leis e regulamentações). No mercado financeiro refere-se à adesão estrita a normas e regulamentos governamentais, buscando assegurar que as instituições financeiras atuem de maneira ética, transparente e em conformidade com os requisitos legais. Isso abrange temas como prevenção a lavagem de dinheiro, prevenção a fraude, até a garantia da integridade das informações financeiras.
A importância do compliance no mercado financeiro vai além do simples cumprimento de regras. A conformidade efetiva é vital para a manutenção da confiança dos stakeholders, como investidores, clientes, parceiros de negócio, provedores e órgãos reguladores, e contribui para a manutenção de uma reputação sólida.
Nos últimos anos, as tendências tecnológicas têm desempenhado um papel relevante na transformação do compliance no mercado financeiro. A automação de processos, por exemplo, pode ser uma ferramenta valiosa para otimizar atividades repetitivas e burocráticas no compliance, uma vez que torna os controles e os testes de conformidade mais eficientes contribui fortemente para um efetivo monitoramento e tempestiva identificação de falha operacional. Nesse contexto, é possível executar tarefas rotineiras rapidamente, liberando as pessoas envolvidas para atividades mais estratégicas. Assim, mitigando erros, aumentando a eficiência operacional e assegurando consistência na aplicação de políticas de conformidade.
A fundamentação em dados é igualmente importante para apoiar o processo decisório, pois fortalece as estruturas de compliance e gestão de riscos nas instituições financeiras. A correta quantificação da exposição aos riscos, respaldada por uma análise aprofundada e baseada em dados, é essencial para capacitar as decisões estratégicas. Ao adotar essa abordagem, as instituições podem identificar potenciais ameaças e também compreender a extensão de sua exposição, permitindo uma resposta ao risco mais eficaz. A integração de dados não apenas fortalece a resiliência contra adversidades, como também contribui para a criação de um ambiente de conformidade robusto, onde a gestão de riscos se torna um facilitador essencial na entrega de valor e na promoção da sustentabilidade operacional.
As tendências tecnológicas no compliance do mercado financeiro representam um avanço significativo na capacidade das instituições de se adaptarem e enfrentarem os desafios regulatórios e operacionais. A integração inteligente de tecnologias emergentes não apenas fortalece a conformidade, mas também impulsiona a eficiência, promovendo a confiança dos investidores e a estabilidade do setor financeiro. O futuro do compliance financeiro está intrinsecamente ligado à inovação tecnológica, e as instituições que adotam essas tendências estarão melhor preparadas para enfrentar os desafios dinâmicos do mercado.
*Com quase duas décadas de experiência no mercado financeiro, sendo 17 anos em Compliance e Gestão de Riscos, Ester Caresma dedicou os últimos anos às fintechs. Formada em Direito com MBA em Controles Internos e Compliance, pela FIPECAFI – USP, a executiva já atuou em empresas como Pomelo, Bankly, Hub Fintech (atual Fintech Magalu) e Banco Itaú. Atualemente é Diretora de Compliance e Riscos na Transfeera, fintech que fornece infraestrutura de pagamentos.
