Biometria de voz ajuda no combate ao uso malicioso da IA Generativa

Por Marcelo Peixoto, CEO da Minds Digital*

A rápida evolução da Inteligência Artificial Generativa (IA-G) trouxe consigo uma série de desafios, incluindo o potencial para uso malicioso. No entanto, uma ferramenta emergente está se destacando como uma arma poderosa no combate à essa solução: a biometria de voz.

A IA-G é uma tecnologia capaz de criar textos, imagens e até mesmo áudios, que podem ser usados de maneira enganosa ou prejudicial. Essa capacidade tem gerado preocupações significativas em relação a notícias falsas, deepfakes e ataques cibernéticos, em que essa ferramenta pode ser explorada para criar conteúdo perverso de maneira cada vez mais convincente.

Em 2022, os consumidores norte-americanos enfrentaram uma situação alarmante, relatando perdas financeiras sem precedentes de US$ 8,8 bilhões (equivalente a R$ 43,43 bilhões na cotação atual) devido a golpes, conforme revelado pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos.

Esse valor representa um aumento de mais de 40% em comparação ao ano anterior. As principais perdas foram associadas a fraudes de investimento, no entanto, os golpes por impostores se destacaram como as mais comuns, sinalizando uma conjuntura preocupante, uma vez que a influência da inteligência artificial nesse contexto tende a agravar a situação.

É nesse cenário desafiador que a biometria de voz surge como uma solução promissora. Essa tecnologia utiliza características exclusivas da voz de um indivíduo, como tom, ritmo, entonação e outras características acústicas, para verificar a identidade de uma pessoa. É comumente usada em sistemas de autenticação de voz, mas seu potencial na luta contra a IA-G maliciosa é significativo.

Como usar a biometria de voz para prevenir que golpes sejam bem-sucedidos

O uso da biometria de voz em empresas já é uma realidade em alguns países, como os Estados Unidos e o México. No Brasil, o uso está se popularizando cada vez mais em diversos momentos das jornadas dos clientes, evitando que fraudadores consigam ser bem-sucedidos ao aplicar golpes.

A biometria de voz pode ser uma ferramenta eficaz para rastrear deepfakes de áudio, identificando discrepâncias nas características vocais que não correspondem ao locutor original. Isso é fundamental para a detecção de fraudes que utilizam áudios falsos para acessar informações sensíveis.

Ao integrar a biometria de voz em sistemas de autenticação, torna-se mais difícil para fraudadores usarem sínteses de voz para se passarem por outra pessoa. Isso ajuda a proteger dados sensíveis e sistemas críticos contra ameaças cibernéticas.

Futuro da biometria de voz

À medida que a tecnologia avança, a biometria de voz se torna cada vez mais atraente devido à sua praticidade, eficiência e economia, além de sua capacidade de se adaptar e evoluir para enfrentar os desafios apresentados pelos fraudadores.

Se por um lado as fraudes estão cada vez mais sofisticadas, por outro, os especialistas que desenvolvem biometria de voz seguem implementando melhorias que conseguem posicionar a tecnologia à frente dos golpistas. Isso garante que a autenticação por voz se mantenha como algo relevante no mercado por muito mais tempo.

*Formado em publicidade e propaganda na UniBH e pós-graduado em gerenciamento de projetos na PUC de Minas Gerais, Marcelo Peixoto tem mais de 15 anos de experiência no mercado de tecnologia e já passou por empresas como IBM, Techbiz, BS2, Banco BMG e BMG Money. Atualmente é CEO na Minds Digital, Voice IDTech pioneira em biometria de voz no mercado brasileiro, que já preveniu mais de R$ 55 milhões em fraudes.

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