Brasil deve recuperar investimentos em startups em 2024

Apesar de queda global de investimentos no setor de tecnologia e inovação, país demonstra consistência

O relatório “Do stand by ao infinito”, elaborado pela LLYC em colaboração com a iDeals e a M&A Community, mostrou que o setor de fusões e aquisições no Brasil tem grandes chances de recuperação até 2024. A análise foi baseada nas opiniões coletadas por meio de uma pesquisa feita com 110 profissionais do setor na Espanha, Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Panamá e Estados Unidos, mais entrevistas aprofundadas com quinze especialistas, incluindo banqueiros de investimento e advogados. Para metade dos entrevistados ouvidos no estudo, a recuperação pode ocorrer já neste ano.

Segundo a economista Carolina Dilly (foto em destaque), a movimentação de fusões e aquisições no mercado é estratégica e extremamente importante. “As M&As servem para estimular o crescimento por meio do acesso a novas tecnologias e inovação, viabilizam a aquisição de talentos e expertise, consolidação do mercado, resposta à disrupção, aumento do valor para acionistas e entrada em novos mercados”, afirma.

Embora haja perspectivas de melhora, a desaceleração atual nas atividades de fusão e aquisição foi ponto de concordância entre os entrevistados. Os principais motivos apontados foram dificuldade de acesso ao financiamento e seu impacto sobre os preços. Já para 40% dos entrevistados, representantes das regiões Ibérica e latino-americana, a incerteza geopolítica, o cenário macroeconômico e o aumento das taxas de juros são o principal motivo da paralisação.

No Brasil, ainda segundo o levantamento do Distrito, ocorreram 61 negociações de fusão e aquisição envolvendo empresas novatas de base tecnológica de janeiro a junho. O volume é 48,7% inferior aos 119 negócios fechados na primeira metade de 2022. Até 17 de julho, foram 63 negociações.

O número de fusões e aquisições envolvendo fintechs no mercado brasileiro também desacelerou, passando de 25 negociações no primeiro semestre do ano passado para 8 na primeira metade de 2023. A proporção dessas operações em relação ao total de fusões e aquisições também diminuiu de 21%, em 2022, para 12,7%, em 2023 até julho

Investimentos em startups
O total de investimentos em startups em 2023 foi de US$ 778,1 milhões nos seis primeiros meses do ano, enquanto em 2022 chegou a US$ 1,5 bilhão no mesmo período. Uma queda de 51,4%. Foram 199 rodadas, 49,1% a menos que no semestre anterior (391).

Essa queda no volume de aportes às startups, segundo a economista Carolina Dilly, está relacionada à elevação das taxas de juros após um período de baixa, o que leva os custos de capital a ficarem mais altos, mas há caminhos que ajudam a superar este percalço. “Para recuperar esse potencial de investimento, uma das estratégias fundamentais inclui revisar o modelo de negócio, buscar novas fontes de financiamento, reduzir custos operacionais, focar em inovação e diferenciação, analisar o mercado e buscar apoio especializado para escalar os resultados.

Para o executivo Carlos Busch, que possui mais de 20 anos de experiência em tecnologia e gestão, não quer dizer que os empresários estão investindo menos, mas, sim, arriscando menos. “Se antes as empresas, os grandes fundos, apostavam em 15 startups esperando que uma desse retorno, hoje em dia, com o valor do dinheiro, o peso que o dinheiro tem na sociedade, no mercado financeiro, as empresas estão investindo mais tempo em qualificar melhor o investimento”, afirma Busch.

A exigência tem aumentado para a captação de recursos, contudo os investidores estão procurando ideias já maturadas, com mais chance e previsibilidade de lucro. “Se você não tem uma tese muito bem baseada, plantada, com números já visíveis, dificilmente alguém vai arriscar mais em você, sendo que tem outros que se pode arriscar menos”, complementa Busch.

Perspectiva de recuperação
Apesar das estatísticas indicarem uma diminuição geral dos investimentos em startups, o ticket médio de investimentos brasileiros em rodadas seed cresceu 51,8% em relação ao segundo semestre do ano passado e 30,9% se comparado ao primeiro semestre de 2022. O ticket médio de investimento anjo brasileiro se multiplicou, passando de US$90 mil no segundo semestre de 2022 para US$720 mil no primeiro semestre deste ano.

No cenário global de tecnologia e startups, o Brasil é bem visto, apesar dos desafios tecnológicos e problemas enfrentados em todo o mundo. Há uma grande expectativa positiva em relação ao país, impulsionada por seu enorme potencial de desenvolvimento, evidenciado pelo crescimento do ecossistema empreendedor e sua vasta população, além do crescente acesso à internet e dispositivos móveis.

Sobre Carlos Busch
Executivo e mentor de negócios, é graduado em Administração de Empresas pela PUC-RS com pós-graduação em Comércio Exterior pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Além disso, acumula um extenso currículo de especializações internacionais como Gestão Estratégica na Universidade da Califórnia (Irvine/USA), Negociação e Gestão de Conflitos em Harvard (Boston/USA), Gestão Financeira e Mercado de capitais na New York Institute of Finance (New York/USA), entre outras.

Sobre Carolina Dilly
Economista com 20 anos de experiência profissional na área de vendas, marketing e sucesso do cliente. Atuou como Head de marketing no Banco BMG, e como Diretora de Receitas em empresas de tecnologia, promovendo crescimento acelerado e previsível de maneira sustentável. Professora nos cursos da Receita Previsível no Brasil e na StartSe – escola internacional de negócios. Especialista em acelerar o lucro das empresas, ajuda PMEs e Startups a implantar e escalar Máquinas de Vendas digitais, rentáveis e previsíveis.

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