O banqueiro André Esteves prevê que os principais desafios do País no médio e longo prazos serão a reforma tributária e a ampliação do acesso à educação
O banqueiro André Esteves, sócio e CEO do BTG Pactual, avalia que o Brasil está macroeconomicamente preparado para enfrentar a crise externa. "Estamos vendo uma crise seríssima na Europa. No Brasil, vamos continuar vendo uma agenda de crescimento."
Para o Esteves, os principais desafios do País estão no médio e longo prazos. No médio, o banqueiro diz que é essencial uma reforma tributária. No longo, o principal desafio é a ampliar o acesso à educação.
O Brasil, hoje, avalia Esteves, é os Estados Unidos de 50, 60 anos atrás. "Somos otimistas com o Brasil. A gente gosta do que está vendo."
Esteve faz palestra no início desta noite na 12ª edição do Congresso Internacional de Governança Corporativa.
O banqueiro acredita também que "centenas e centenas" de empresas devem acessar o mercado de capitais nos próximos anos e o Brasil deverá ter milhares de companhias abertas. "Como nossa economia vai continuar crescendo, as companhias vão precisar levantar capital."
Novos setores da economia devem acessar o mercado, para captar recursos. Esteves cita o segmento de óleo e gás, tanto na exploração como em serviços. "Também vamos ver novas historias de varejo chegar ao mercado", disse Esteves.
Ele destacou que o mercado de capitais brasileiro é de primeira linha, melhor que a maioria dos países do G-20 (grupo formado pelas 20 nações mais ricas do mundo). Segundo ele, o mercado local só é comparável, em sofisticação e regras, ao mercado americano e ao inglês.
Pão de Açúcar e Carrefour
O banqueiro André Esteves, CEO e sócio do BTG Pactual, disse que a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour ia gerar "ganhos excepcionais" para todas as partes, incluindo minoritários e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"Chegou um determinado momento que o mercado acreditou que a operação ia sair. As ações do Pão de Açúcar subiram 30% e o BNDES teria ganho de 500 milhões de euros, o maior ganho do banco dos últimos dez anos", disse Esteves.
Esteves reiterou que a fusão não era uma oferta hostil, pois dependeria da aprovação de todos os acionistas, incluindo o francês Casino.