Brazil at Silicon Valley discutirá competitividade do país no cenário internacional

Dias 8 e 9 de abril estudantes e pesquisadores brasileiros irão se encontrar no evento “Brazil at Silicon Valley” no Vale do Silício, nos Estados Unidos, com personalidades do cenário internacional nas áreas de inovação, tecnologia e empreendedorismo para discutir como impactar a competitividade do Brasil no cenário internacional. O evento é apoiado por brasileiros que atuam intensamente no cenário internacional, como Jorge Paulo Lemann, Hugo Barra, Carlos Brito, Fábio Mourão e Eduardo Mufarej.

A pesquisadora Anna Carolina Muller Queiroz, que investiga o uso de tecnologias para a educação na Universidade de São Paulo (USP) e atualmente faz parte do Virtual Human Interaction Lab da Universidade de Stanford, foi selecionada para participar do evento e pretende discutir com os demais pesquisadores como a realidade virtual pode ajudar na educação brasileira.

De acordo com Anna Carolina, o uso da Realidade Virtual nas salas de aula pode trazer muitos benefícios. Esta tecnologia permite que os alunos se sintam imersos no ambiente virtual, podendo interagir diretamente com o ambiente por meio de controles e sensores. Ela relata que as pesquisas usando realidade virtual têm mostrado importantes ganhos para a aprendizagem, tanto nos aspectos cognitivos quando emocionais. Entretanto, a inserção da realidade virtual nas salas de aula exige cautela, como por exemplo, a necessidade de analisar o currículo escolar e identificar quais conteúdos podem se beneficiar mais do uso da tecnologia. Suas pesquisas investigam como, considerando a realidade das escolas brasileiras e do currículo escolar, a realidade virtual pode se tornar uma aliada no ensino no Brasil.

Um exemplo: os passeios escolares são uma forma de fornecer aos alunos experiências educativas intensas, que fomentam a curiosidade e permitem aos alunos explorar, interagir e construir de forma experiencial o conhecimento. Entretanto, poucas escolas e poucos são os alunos que conseguem participar frequentemente destes passeios. E quando conseguem, restringem-se a locais próximos à escola, por limitações logísticas e financeiras. Como seria se esses alunos uma vez por semana pudessem, por meio da realidade virtual, visitar e interagir com um local diferente do planeta? Se pudessem ver, ouvir e sentir o movimento das correntes oceânicas?

Este é apenas uma das muitas possiblidades que a realidade virtual pode trazer para as salas de aula. Entretanto, a pesquisadora ressalta que não basta inserir vídeos tridimensionais ou vídeos em 360 graus num ambiente imersivo e esperar que o aluno terá ganhos substanciais de aprendizagem. Para que a realidade virtual seja efetivamente uma aliada no ensino, ela precisa ser meticulosamente desenvolvida. Por isso, universidades como Stanford, USP e outras universidades no Brasil e no mundo têm investido consideravelmente em pesquisas sobre aplicação e desenvolvimento da realidade virtual na educação.

*Anna Carolina Muller Queiroz é pesquisadora sobre o uso de tecnologias na educação, dentre elas realidade virtual, aumentada e mista. Ela é doutoranda no programa de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem da Universidade de São Paulo (USP) e atualmente é pesquisadora no laboratório Virtual Human Interaction Lab na Universidade de Stanford. Ela é membro do comitê científico do projeto “Planetary Health” da Universidade de Edimburgo, contribuindo para o desenvolvimento de soluções que contribuam para a saúde e educação por meio de mídias inovadoras.

acmq@stanford.edu

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