Ao longo dos últimos anos o mercado de criptomoedas conquistou a confiança dos investidores e entrou para estratégia de diversificação de carteiras de investimentos. Uma pesquisa feita pela Blue Benx, fintech especializada em ativos digitais, demonstra que 29,5% dos investidores procuram o mercado de criptomoedas para diversificar suas carteiras, enquanto outros 68% entram no segmento para conquistar melhores rentabilidades. No entanto, ainda existe muito desconhecimento principalmente entre os investidores mais tradicional e mais conservador.
Fonte: BlueBenx
Empenhada em sua missão de desmistificar, dar acesso e gerar credibilidade no mercado do futuro a fintech separou cinco pontos que comprovam a consolidação das criptomoedas.
1. Utilização do Blockchain em outros setores
O Blockchain é o sistema descentralizado de validação em rede que garante a segurança das negociações dos ativos digitais. Dentro deste sistema, existe um controle que registra cada transação realizada dentro de um grupo de “blocos”, de onde surge o termo mineração. Por utilizar criptografia com códigos e um método de sistema aberto, a tecnologia torna-se extremamente segura. O Blockchain foi criado junto com o Bitcoin, mas hoje ele vem sendo usado para outras finalidades, além do controle de transações do mercado de ativos digitais.
Um estudo recente elaborado pela PwC e a CV VC apresentou oito setores que têm utilizado a tecnologia Blockchain. Entre as áreas que passaram a aproveitar a tecnologia, estão a indústria artística, corretoras, bolsas e bancos de cripto, plataformas de emissão de tokens, entre outros. Este é um indício de como esta inovação ainda vai remodelar muito o mercado por sua segurança.
2. Movimento do Bitcoin no Brasil e no mundo
Não é possível falar dos fatores que influenciam o estabelecimento do mercado cripto sem mencionar o próprio volume de negociações das moedas que fazem parte desse universo. Só no Brasil entre o período de julho de 2019 e junho de 2020, foram recebidos cerca de US$ 9 bilhões em remessas de criptomoedas do exterior, o que tornou o país líder no ranking da América Latina, de acordo com informações do relatório Chainalysis 2020 Geography of Cryptocurrency.
Em relação ao Bitcoin, um levantamento realizado pela BlueBenx apontou os países que mais negociaram o ativo digital em 2019. Os EUA lideraram a lista com um volume total de US$ 1 bilhão e 440 milhões movimentados no ano, seguido pela Rússia com US$ 1 bilhão e 50 milhões e o Reino Unido com US$ 738 milhões.
Para 2020, apesar do cenário atípico de pandemia e de o ano ainda não ter acabado, até agora os indicadores têm sido otimistas em relação a este mercado com a valorização da moeda superior a outros ativos.
3. Criação do PIX
O novo sistema de pagamentos brasileiro desenvolvido pelo Banco Central que veio para substituir os TEDs e DOCs permite que transações sejam realizadas de forma instantânea entre contas de diferentes bancos, funcionando 24 horas por dia nos sete dias da semana. As transferências serão realizadas por meio de “chaves” digitais que podem representar dados dos clientes, como CPF, celular e até e-mail.
Mesmo não tendo uma relação direta com o mercado de criptomoedas, a criação do PIX é um elemento determinante que colabora com a aceitação das pessoas em relação a digitalização de processos e implantação de tecnologia nas transações financeiras. As fintechs iniciaram esta revolução fazendo com que os bancos tradicionais precisassem se adaptar para não perder espaço e o PIX é a prova viva de como estas instituições estão se movendo para oferecer o melhor serviço aos seus clientes.
4. Países que consideram a criação de sua própria moeda digital
Os projetos de criação de um ativo digital próprio de um governo são conhecidos como Moedas Digitais do Banco Central ou Central Bank Digital Currency (CBDCs). Mas diferente do Bitcoin, estas moedas digitais não funcionam de forma descentralizada e, resumidamente, representam a versão digital de uma moeda nacional que é emitida por um banco central.
Para não ficar para trás, alguns países estudam a possibilidade de criar sua própria moeda digital. Nesta corrida, alguns estão na frente, enquanto outros apenas têm uma ideia. O Brasil acaba de entrar no grupo após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarar que o país poderá ter sua própria criptomoeda ainda 2022.
China, Suécia, Canadá e Israel são algumas das nações que têm investido em pesquisas para lançar sua própria moeda digital. Enquanto isso, a Venezuela se adiantou lançando o Petro em 2018 em uma forma de driblar as sanções econômicas impostas pelos EUA.
5. Regulação da custódia e venda de criptomoedas
Em julho deste ano, o Escritório do Controlador da Moeda – OCC (sigla em inglês para Office of the Comptroller of the Currency) autorizou para que bancos nacionais e associações federais de poupança nos EUA agora possam custodiar criptomoedas aos clientes finais. Após muita resistência, finalmente o órgão regulador financeiro dos EUA aprovou a entrada desta modalidade digital nos bancos tradicionais.
Do ponto de vista de quem investe e trabalha com ativos digitais, esse acontecimento é mais um passo para que a o mercado de cripto ativos ganhe o devido reconhecimento e confiança dos investidores. Na Alemanha, o mesmo ocorreu em 2019 após a aprovação de uma lei pelo Parlamento Alemão que permitiu aos bancos a possibilidade de custodiar e comercializar moedas digitais em 2020.
Depois de compreender um pouco este novo mercado, já é possível ter uma base de como o espaço de moedas digitais é promissor e deve ser considerado na hora de escolher o próximo ativo para incluir na carteira, principalmente em uma época de instabilidade como a atual. Outra razão que faz com que as criptomoedas sejam atrativas para o investidor é por elas serem universais, ou seja, seu valor é o mesmo em qualquer lugar do mundo, mesmo com sua volatilidade. Todos estes elementos contribuem para que o preconceito a respeito de moedas digitais diminua com o tempo.