Alimentos são cultivados por modelo hidropônico, garantindo mais sustentabilidade ao processo
“Salada fresca não viaja”: este é o princípio da Verdureira, empresa fundada há 28 anos, localizada em São Roque (SP), há menos de 60 km da capital paulista. A marca foi a primeira do mercado a entregar saladas gourmet prontas para consumo. Após o mais novo aporte de R$ 10,3 milhões, por meio da Baraúna Investimentos, acelerou seus planos de expansão. A expectativa é de crescimento de 60% já no faturamento deste ano em comparação com 2022 e mais pontos de venda no interior de SP.
Ari Rocha (foto em destaque), CEO da Verdureira, conta que, quando ele e seus sócios encontraram a empresa em Osasco (SP) em 2018, tratava-se de uma comercializadora de hortaliças e verduras. A grande transformação foi na verticalização da produção. “Quando vimos a fragilidade da cadeia de suprimentos de verduras no Brasil, entendemos que para que o negócio se tornasse sustentável e pudesse entregar produtos de extrema qualidade ao consumidor, seria necessário produzir as próprias hortaliças. Então, nos tornamos uma agroindústria”, explica o executivo.
A nova gestão se inspirou em fazendas hidropônicas em várias partes do mundo e buscou inovações no setor, reestruturando o negócio, considerando o máximo de produtividade e qualidade das hortaliças, além das condições climáticas brasileiras. Em 2020, a Verdureira é transferida para São Roque, numa área cinco vezes maior que a anterior, já com o modelo próprio de hidroponia em execução.
Em 2022, a empresa chamou atenção de grandes companhias e recebeu um aporte de R$ 10,3 milhões da Baraúna Investimentos, marca que investe em novas tecnologias, o que trouxe para a Verdureira uma previsão de crescer seu faturamento em 60%. Os investidores viram na empresa capacidade de evoluir a cadeia de alimentos frescos no Brasil ao implementar inovações e melhorias ao longo de todo o processo de produção e distribuição, visando torná-lo mais eficiente e acessível, com foco em sustentabilidade e saudabilidade.
“Desde que assumimos a gestão, escolhemos estrategicamente a forma de cultivo para garantir a origem dos alimentos, assim como definimos o local de produção para atingir os grandes centros de uma maneira mais ágil. Tudo isso para servir ao nosso grande objetivo que é oferecer produtos de extrema qualidade para os nossos clientes, e ainda gerar o menor impacto ambiental possível”, completa Rocha.
O sócio da Baraúna Investimentos, Paulo Ciampolini, aponta o diferencial da Verdureira dentro do mercado agrícola no Brasil, que, de forma geral, ainda tem uma cadeia muito fragmentada. “Da produção convencional até as CEASAs, há uma série de intermediários, o que causa uma intervenção muito grande na colheita. Afeta a qualidade dos alimentos, gera muito desperdício e impacta na precificação. Na Verdureira, encontramos uma capacidade de gestão e execução muito diferenciada, sempre buscando excelência na operação. Uma eficiência meticulosa na produção e distribuição que pode transformá-la na principal empresa do setor nacional”, explica o investidor.
Atuação em localidades estratégicas
A Verdureira atua em fazendas periurbanas, entre a zona rural e a cidade, possibilitando que a marca coloque sua produção no mercado em até 24 horas após a colheita. O modelo hidropônico de cultivo diminui a exposição a pragas, garante a produção em qualquer clima com produtividade cinco vezes maior e reduz o consumo de água em 90% comparado às plantações convencionais, enquanto a proximidade da cidade garante, também, a redução das emissões de carbono e do desperdício.
Após a colheita, a seleção das hortaliças é artesanal, que permite ainda mais qualidade na produção. As folhas são higienizadas e embaladas com tecnologia de atmosfera modificada capaz de preservar os nutrientes e frescor dos alimentos até o momento do consumo, sem a necessidade de conservantes. Atualmente, a Verdureira está presente nas prateleiras de estabelecimentos de São Paulo e Região Metropolitana, bem como Campinas e outros municípios adjacentes.
Rastreabilidade que garante a origem e qualidade
A Verdureira desenvolveu um sistema de rastreabilidade das hortaliças por meio de um QR Code disponível nas embalagens, que atende às exigências do Ministério da Agricultura. O objetivo é poder rastrear o processo de produção de produtos in natura, que garante informação sobre o alimento, seu frescor e qualidade de ponta. Dessa forma, o consumidor tem a garantia da origem.
ESG como prioridade
Para além das boas práticas de produção agrícola, que contribuem para a proteção do meio ambiente e a saúde dos consumidores, a Verdureira preocupa-se e investe no desenvolvimento socioeconômico da região onde atua. Fundada por mulheres em 1995, continua sendo predominantemente feminina: elas formam 90% do quadro de colaboradores. Em sua maioria, essas funcionárias são mães de família residentes das comunidades próximas à empresa.
A empresa contribui, ainda, com o programa social Mesa Brasil Sesc, a maior rede de bancos de alimentos da América Latina, referência no combate à fome e ao desperdício de alimentos. A fazenda doa seus excedentes de produção e alimentos fora dos padrões de comercialização, mas em ótimas condições de consumo.
Comprometida com a reciclagem, tem parceria com a EuReciclo, empresa especializada em logística reversa. Assim, o equivalente a 100% dos plásticos e papéis empregados nas embalagens são compensados – cerca de 9 toneladas de material ao ano.
