Com responsabilidade social, Cacau Noir quer chegar a 200 lojas em 2024

Cacau Noir

Liderada por jovem da tradicional família chocolateira Neugebauer, marca conta com 31 pontos de venda e pretende ampliar rede até o fim deste ano  

A Cacau Noir, marca especializada na produção de chocolate com alto percentual de cacau, está em expansão. O objetivo da empresa é contar com 200 lojas espalhadas pelo país até o final de 2024. Para isso, estão previstas as aberturas de 60 novas unidades em 2023, sendo uma no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo – cinco já foram vendidas até agora. Em 2022, foram inauguradas 11 novas lojas da marca no país. 

Em 2023, a Cacau Noir projeta repetir o crescimento de 45% registrado no faturamento de 2022 ante 2021 – a empresa, porém, não divulga o montante de suas receitas. Hoje, a marca conta com 31 pontos de venda, sendo 13 lojas próprias e 18 franquias, maior parte delas em São Paulo e Rio de Janeiro. 

Fundada em 2004 por duas sócias, no Rio, a empresa foi adquirida em 2018 por Carolina Neugebauer, uma jovem empresária, de família tradicional no segmento de chocolates, que tem como baliza de sua gestão a responsabilidade socioambiental, especialmente com relação aos fornecedores e às matérias-primas utilizadas na produção do chocolate. Após a aquisição, a fábrica foi transferida para Cajamar (SP), tendo sua capacidade produtiva ampliada, e a empresa começou a abrir lojas em São Paulo – até então, havia unidades apenas no Estado do Rio. 

Em 2019, a Cacau Noir registrou um crescimento expressivo, mas em 2020 veio a pandemia, que acabou trazendo dificuldades para a companhia. Com toda a produção de Páscoa pronta, a empresa não tinha onde vender e precisou montar um site rapidamente para poder colocar produtos à venda. Todo o faturamento daquela Páscoa, em torno de R$ 1 milhão, resultou das vendas feitas por meio do site. 

O produto mais popular da marca é o “bombom-bola” (R$ 1,49), mas alguns itens podem ultrapassar R$ 150 – o tíquete médio atual da marca é de R$ 40.  

Ingresso no franchising 

Em julho de 2021, a empresa deu início a um projeto para a abertura de franquias e começou a prospectar potenciais franqueados. Em novembro daquele ano, foi aberta a primeira franquia. Hoje, a Franchise Store, do Grupo Cherto, é parceira da Cacau Noir e responsável por indicar contatos que são posteriormente trabalhados pelo departamento comercial. 

A empresa oferece dois modelos de franquias: quiosque e loja. O modelo de quiosque tem taxa de franquia de R$ 25 mil e investimento inicial total de R$ 120 mil. Já o modelo de loja tem taxa de franquia de R$ 70 mil e investimento total inicial de R$ 300 mil. 

“Para a gente, é muito bom estarmos associados à Franchise Store, porque eles são sinônimo de qualidade e são uma marca muito idônea”, comenta a gerente de marketing da Cacau Noir, Manoela Arvelos Saguia. “Ter a Franchise Store ao nosso lado é unir as forças de duas marcas muitos boas, com qualidade excepcional, para a gente conseguir fortalecer a Cacau Noir”. 

Chocolate no sobrenome 

Tataraneta de um dos fundadores da Neugebauer, marca pioneira na fabricação de chocolates no Brasil criada em 1891, em Porto Alegre, Carolina Neugebauer é formada em administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A jovem empresária, de 26 anos, faz parte da quinta geração de uma família que há mais de um século trabalha com chocolate. 

Em 1982, a tradicional Neugebauer – fundada pelos irmãos Franz e Max Neugebauer – foi vendida pela família a outra empresa. No mesmo ano, o avô e o pai de Carolina fundaram a Harald, que também acabaria se tornando referência no segmento, até ser também vendida, em 2015. 

Três anos depois, Carolina assumiu o controle da Cacau Noir, que sob sua gestão se tornou conhecida pela construção de valor para os consumidores por meio da qualidade dos produtos. Uma parte do cacau usado na fabricação é oriunda da fazenda da própria família Neugebauer, em Gandu, no sul da Bahia. 

Para comer sem culpa 

Outra parte é comprada de produtores de Medicilândia, no sul do Pará, que recebem valores de 30% a 40% maiores do que a média do segmento. Além de matéria-prima de qualidade, a ideia é assegurar melhores condições de trabalho e qualidade de vida para as famílias dos agricultores. “Evitamos que as crianças trabalhem na lavoura. E exigimos que estejam matriculadas nas escolas”, explica Carolina. “A terra tem de ser livre de desmatamento e queimadas. Inclusive, não é permitido o uso de agroquímicos sem autorização da legislação brasileira.” 

Segundo a empresária, a remuneração adicional evita que crianças trabalhem na lavoura. Neste sentido, a empresa confere a matrícula escolar das crianças todos os anos. “Até brinco que o nosso chocolate você pode comer sem culpa”, diz Carolina. “Além de levar pouco açúcar na receita, ainda tem toda essa preocupação social.” 

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