Com soluções sustentáveis, green startups devem atrair cada vez mais investidores

Por Wana Schulze, Head de Investimentos da Wayra Brasil e da Vivo Ventures*

Depois do sucesso das fintechs, healthtechs e edtechs, estão surgindo no horizonte empreendedor as chamadas green startups, iniciativas empreendedoras que apostam no uso de tecnologias consideradas limpas e sustentáveis.Tendência bastante alinhada às práticas de ESG, sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança corporativa, que estão sendo fomentadas no mundo todo, elas apontam para um empreendedorismo ainda mais comprometido, consciente e preocupado com o meio ambiente e o combate à crise climática.

São empresas que estão dedicadas à redução de impacto, seja por meio da eficiência energética, da redução do desperdício, do fomento de uma agricultura sustentável, entre outros cuidados como a emergência climática e a sustentabilidade do planeta. A médio e longo prazo, o principal objetivo das green startups é criar produtos e serviços que sejam benéficos tanto para os consumidores quanto para os negócios e o meio ambiente. Um desafio que cada vez encontra mais interesse dos VCs (Venture Capital) e CVCs (Corporate Venture Capital)  em todo globo.

E por que investidores no mundo todo estão de olho nas green startups? Pesquisa ‘Como está a sua Agenda ESG?’, realizada pelo Pacto Global da ONU no Brasil, em parceria com a Stilingue e a Falconi, revelam que 78,4% das 190 organizações brasileiras participantes já haviam inserido o ESG na elaboração das suas estratégias de negócio. A necessidade em abraçar tecnologias mais verdes, limpas e sustentáveis está ficando cada vez mais aparente.

Os problemas causados pelas mudanças climáticas deixaram de ser uma “crise” para se tornar uma “emergência”, o que aponta o caráter da urgência de conseguirmos como civilização lidar com a situação: não podemos esperar muito mais para começar a agir. Por isso, governos do mundo todo e investidores dos mais diversos portes têm sido pressionados pelo desenvolvimento de soluções sustentáveis, que consigam minimizar o impacto negativo que a humanidade traz para o nosso planeta.

Desde março de de 2021, quando a União Europeia aprovou uma série de medidas mais rigorosas e ambiciosas para as práticas associadas ao cuidado ambiental, social e de governança, empresas multinacionais e investidores do mundo todo passaram a dar ainda mais atenção a essa temática.

As  green startups são muito promissoras como vetores de inovação, além de oferecerem uma interessante opção de investimento para VCs e CVCs, já que além de causarem um impacto positivo no mundo, também ajudam a melhorar os índices e métricas de ESG das companhias.  Para além de serem reconhecidas como capazes de lidar com um problema latente e urgente, cada vez mais serão vistas como grandes oportunidades para o futuro, atraindo o olhar e os aportes dos investidores pelo potencial de resolverem um dos principais desafios do mundo atual ao mesmo tempo que criam oportunidades de negócio rentáveis.

*Wana Schulze é graduada em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e possui MBA em Finanças pela Universidade de Chicago Booth. Ela adquiriu seis anos de experiência como analista de crédito corporativo trabalhando para instituições financeiras renomadas, como Itaú BBA, Société Générale e PIMCO. Durante esse período, Wana cobriu diversos setores, incluindo telecomunicações, metais e mineração, petróleo e gás e papel e celulose.

Após concluir o MBA, Wana ingressou na McKinsey, no escritório de São Paulo, onde liderou projetos de estratégia, transformação digital e turn around em diversos setores, incluindo varejo, instituições financeiras, fertilizantes e indústrias pesadas no Brasil e na América Latina. Ela atuou na McKinsey por cinco anos.

Em 2021, Wana se juntou ao time de investimentos da HiPartners, o primeiro fundo de venture capital brasileiro focado em retail techs, fundado por Walter Sabini Junior, empreendedor e fundador da Virid e e-Smart, Germán Quiroga, fundador da Omni55, e com passagens por CNova e Americanas.com; Eduardo Terra, presidente da SBVC e Alberto Serrentino, vice-presidente da SBVC e fundador da Varese Retail.

Recentemente, Wana aceitou o convite para ser Head de Investimentos e Portfólio  da Wayra e Vivo Ventures. Neste papel, ela liderará a equipe, focando na originação, construção de teses de investimento e desenvolvimento de processos. 

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