Como a captação de recursos impulsiona projetos de restauração urbana

Por Rodrigo França, Presidente do Instituto I.S*

Os centros urbanos frequentemente declinam ao longo do tempo devido a vários fatores. Mudanças nos padrões de moradia e comércio, falta de investimento em infraestrutura, aumento da criminalidade e especulação imobiliária descontrolada são exemplos disso. Essas questões resultam na degradação de espaços públicos e a perda de identidade cultural, levando ao desinteresse e êxodo comercial para os bairros ou regiões mais modernas. O resultado disso leva tempo, é silencioso, muitas vezes custa para tornar-se perceptível, podendo se converter em perda de vitalidade da cultura, história e atratividade, e por consequência o declínio dessas áreas urbanas.

Diante desse cenário, a revitalização de patrimônios tombados está desempenhando um papel crucial na preservação da história e cultura de muitas comunidades. Esses projetos, frequentemente caros e complexos, estão impulsionando uma abordagem que visa melhorar o espaço urbano gradualmente, muito além de quatro ou oito anos de uma gestão específica. Em resumo, a revitalização de patrimônios tombados têm surgido como uma estratégia eficaz para reintroduzir a vitalidade e a autenticidade perdida em algumas áreas.

Na busca por soluções para a revitalização de centros urbanos, a captação de recursos desempenha um papel fundamental. Segundo dados do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), hoje o governo irá destinar R$ 700 milhões para 138 revitalizações, enquanto R$ 37 milhões serão reservados para a seleção de novos restauros. A obtenção de financiamento é essencial para a restauração de edifícios antigos, reavivar espaços públicos e a promoção de atividades culturais.

Esses recursos não se limitam apenas a questões financeiras, mas também incluem a formação de parcerias estratégicas e o engajamento da comunidade local. Os esforços não apenas preservam a história e a cultura de uma cidade, mas também atuam como agentes de acupuntura urbana, transformando gradativamente áreas desgastadas em espaços vibrantes e convidativos.

A restauração de patrimônios tombados não apenas preserva a história e a identidade cultural, mas também atrai turistas, impulsiona o desenvolvimento econômico local e eleva o orgulho da comunidade. A aplicação da acupuntura urbana nesses locais desgastados resulta na transformação gradual dessas áreas, tornando-as mais atrativas, funcionais e repletas de vida.

*Rodrigo França é formado em Administração de Empresas com extensão em Desastres Ambientais, Políticas Públicas e Saúde Coletiva e pós-graduado em Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Questões Globais. Há mais de 20 anos tem participado de projetos voltados para ESG, terceiro setor, economia criativa e smart cities. Hoje o empreendedor é presidente do Instituto I.S de Desenvolvimento e Sustentabilidade Humana, uma Organização Social Civil, privada e sem fins lucrativos, fundada em 2011, responsável pela obra de restauro da Estação Ferroviária de Taubaté e realiza pesquisas, e iniciativas de desenvolvimento socioeconômico, estratégicos,  políticas públicas, ESG,  com temas de  economia criativa, inovação, preservação do patrimônio, empreendedorismo e smart cities. 

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