Por Nara Iachan, fundadora e CMO da Cuponeria*
O uso da inteligência artificial (IA) por parte das startups tem se tornado cada vez mais comum, seja no produto principal oferecido, secundários ou em determinados processos. Muitas delas têm encontrado, nesse conjunto de tecnologias poderosas, o poder de revolucionar a forma como os negócios são conduzidos e os produtos são desenvolvidos.
Quando falamos no tema, nos referimos à capacidade das máquinas de imitar a mentalidade humana e executar tarefas complexas de maneira autônoma, abrangendo uma variedade de subcampos, como aprendizado de máquina (machine learning), processamento de linguagem natural (natural language processing), visão computacional, robótica, entre outros.
As startups, por exemplo, que adotam a ferramenta como parte central de sua proposta de valor podem obter diversas vantagens competitivas. Uma delas é a automação de processos, permitindo que tarefas rotineiras e repetitivas sejam realizadas de forma mais rápida e eficiente, o que libera os recursos humanos para atividades mais estratégicas e criativas, aumentando a produtividade e reduzindo custos operacionais.
Além da automação, é possível fazer análise de grandes volumes de dados de maneira precisa e rápida. Isso possibilita a identificação de padrões, tendências e insights ocultos nos dados, auxiliando na tomada de decisões estratégicas. Os novos negócios podem aproveitar essas informações para personalizar experiências, otimizar processos e melhorar a eficiência dos produtos e serviços oferecidos.
No caso da Cuponeria, empresa pioneira em cupom de desconto, por exemplo, a inteligência artificial tem sido usada, principalmente, de duas formas. A primeira delas é a leitura de notas fiscais para o resgate de prêmios. Por meio desta tecnologia, milhares de notas são processadas por dia, e clientes podem resgatar prêmios de forma simples e prática: é só mandar foto da nota fiscal que a tecnologia reconhece os produtos participantes da promoção.
Outro recurso dessa inovação que está sendo utilizado pela empresa é para a sugestão de cupons em clubes de benefícios. Através da própria navegação das pessoas, os descontos são sugeridos de forma inteligente, o que se torna um ganha-ganha, em que os clientes são impactados com as ofertas que são de seu interesse. Nesse sentido, os anúncios podem ser expostos de forma mais assertiva, beneficiando o anunciante, e possibilitando mais transições.
Além disso, outra área em que as novas empresas estão utilizando a IA é a interação com os consumidores. Chatbots e assistentes virtuais são exemplos de soluções que utilizam processamento de linguagem natural para fornecer suporte e atendimento ao cliente de forma rápida e eficaz. Essas tecnologias podem melhorar a experiência do usuário, além de aumentar a satisfação e reduzir o trabalho da equipe de suporte.
As startups também estão explorando a tecnologia para o desenvolvimento de produtos inovadores, com o surgimento de assistentes pessoais inteligentes, sistemas de reconhecimento facial e com o potencial de transformar setores inteiros da economia e criar novos mercados. Em todos esses casos, questões éticas e regulatórias precisam ser consideradas, como a transparência e responsabilidade dos algoritmos e a privacidade dos dados.
Apesar dos desafios, as empresas estão encontrando na ferramenta uma oportunidade para se destacar em um mercado altamente competitivo. Elas estão aproveitando a capacidade da inteligência artificial de impulsionar a inovação, melhorar a eficiência e criar novas soluções para os problemas atuais. A capacidade de criar processos de forma simples é algo que contribui muito. Com investimentos adequados em pesquisa, desenvolvimento e colaboração, as startups podem desempenhar um papel crucial na moldagem de um futuro onde diferentes benefícios da inteligência artificial sejam empregados de forma eficiente e ética.
*Nara Iachan (Forbes Under 30) é fundadora e CMO da Cuponeria, primeira e mais completa plataforma de cupons de desconto do Brasil. Formada em Economia pela UFRJ e com MBA em Gestão e Desenvolvimento Empresarial, também pela UFRJ, é apaixonada por empreendedorismo, marketing e inovação.