Por Andrea Miranda, cofundadora e CEO da STANDOUT*
A busca pela Inteligência Artificial (AI) existe desde que Alan Turing, o pai da computação, ligou a primeira válvula na tomada, e já foi definida de muitas formas diferentes, embora a mais típica reflita o desejo por máquinas autônomas na realização de tarefas, seja por meio da aplicabilidade de regras computacionais ou também incluindo aprendizagem pelo sistema de feedbacks (um sistema que recebe um retorno de acerto ou erro a cada interação).
Lá se vão mais de 20 anos do filme do menininho robô do Spielberg e cerca de 25 anos da versão original de Matrix, 40 anos desde que a Sarah Connor correu do Schwarzenegger pela primeira vez e acredite: já se passaram quase 75 anos desde que Asimov publicou a primeira versão de “Eu, Robô”!!!
Todos esses são exemplos da Inteligência Artificial que rondam o nosso imaginário, mas que ainda estão desacoplados entre si e por isso, longe de uma verdadeira “inteligência interligada”.
Mas então, por que a IA é o assunto da vez?
Estamos acostumados a vivenciar uma evolução gradual, mas é inegável que “de tempos em tempos o conhecimento dá um salto” e quando isso acontece, vira alvo dos holofotes.
Quando a Open.ai alimentou o nichado modelo Generative Pré-trained Transformer (que todos conhecem por GPT) com incríveis 175 bilhões de parâmetros e conseguiu juntar com uma amigável interface de Linguagem Natural, ganhou o foco dos holofotes!
Sabe quando você manda um comando para a Alexa e ela não entende porque você não usou os comandos na ordem certa ou não usou exatamente a palavra correta ou apenas usou a entonação diferente? Então, agora com uma IA com linguagem natural esses problemas estão com os dias contados.
Mas e o que já é possível fazer?
Olhando o universo do Trade Marketing Digital, que é minha expertise, vejo por exemplo, a IA atuando como um personal shopper. É possível construir conteúdos para gestão de categoria que auxiliem o consumidor a descobrir por exemplo que tipo de polivitamínico estaria mais alinhado aos benefícios que este shopper está procurando e ainda indicar qual a embalagem que está com preço por unidade mais vantajoso. É possível responder às dúvidas do consumidor, traduzindo o desprezado manual do produto em uma resposta assertiva.
Ao entrar em uma farmácia, sua IA pode se transformar em seu “farmacêutico particular”, e alertar que o produto que você está olhando terá uma perigosa interação medicamentosa com sua outra medicação evitando uma possível tragédia.
Ou então você apenas falará que precisa fazer cem brigadeiros e a sua IA irá considerar o que você tem na dispensa, escolherá a melhor receita, e fará a compra de todos os insumos que você precisa.
Ou seja, de uma maneira muito clara, já podemos ver como a experiência do cliente pode ser positivamente afetada com tantas possibilidades. Será que alguém ainda tem dúvidas se isso irá ampliar vendas?
Pesquisas da McKinsey mostram que “em uma experiência de compra altamente personalizada, há 110% a mais de chances dos clientes adicionarem itens extras às suas cestas e 40% a mais de chances de gastarem mais do que planejaram”.
Nesse sentido, a IA pode proporcionar uma personalização jamais vista na experiência no varejo digital, muitas vezes superior a customização no varejo físico.
O caminho está claramente delineado. Quem percorrer primeiro certamente colherá os melhores frutos!
*Andrea Miranda é Cientista de Computação, com mais de 30 anos de experiência em TI aplicada ao marketing digital e publicidade. Além disso, é cofundadora e CEO da STANDOUT, martech referência em trade marketing digital e auxilia marcas e indústrias a falarem diretamente com os seus públicos no último ponto de contato digital, que é a página de produtos dos e-commerces. Andrea é reconhecida como Winning Women’21 pela EY e também Top 3 no Empreendedorismo Feminino pela 100 Open Startups.