Por Ana Correa, Co-fundadora e Diretora de Produto Taqe*
Composta por pessoas que nasceram entre 1995 e 2010, a geração Z é a primeira a nascer em um mundo digital. Por conta disso, eles compreendem muito bem o funcionamento das ferramentas tecnológicas e estão habituados a esses dispositivos (computadores, celulares, tablets, etc.), tendo uma capacidade de aprendizado bem desenvolvida.
Entre as principais características dessas pessoas estão:
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alta responsabilidade social
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muita ansiedade
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menor dependência de relações sociais
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desapego de lugares
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vontade de expor suas opiniões
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alta flexibilidade e dinamismo
A geração Z e o mercado de trabalho
Ao ver as características acima, muitas pessoas podem se assustar e não querer contratar essas pessoas. Mas é importante que todos os profissionais entendam que o dinamismo, a criatividade e a interatividade presentes na geração Z podem dar um novo ânimo no dia a dia da empresa e alavancar seu crescimento.
E por não buscarem somente estabilidade e status social, essas pessoas se preocupam muito mais em encontrar um emprego que esteja alinhado aos seus objetivos e valores pessoais.
Isso significa que para a geração Z ser bem-sucedido tem relação com fazer aquilo que gosta e acredita.
Características de trabalho
É possível perceber que os jovens da geração Z têm tendência de querer abrir seus próprios negócios e a trabalhar em grupos que conectem projetos diferentes, mas que possuem sinergias.
Por conta disso, eles tendem a trabalhar em um modelo de trabalho em que grupos com conhecimentos diferentes se unem por objetivos comuns.
Além disso, o senso de imediatismo é uma característica bem marcante, bem como o criticismo, o dinamismo e a determinação. Também são workaholics e muito exigentes com o que esperam de seus empregos.
Como atrair os profissionais da geração Z?
Agora que você já conhece um pouco mais dessa geração, é hora de pensar em como atrair e reter esses talentos na empresa.
Pode parecer desafiador, especialmente por elas terem comportamentos positivos e negativos ao mesmo tempo. E muitos desses talentos estão investindo em carreiras internacionais, o que aumenta a escassez de mão de obra qualificada no Brasil.
Mas descubra como é possível contornar tudo isso!
Divulgue bem a sua vaga
Para quem busca ter os melhores profissionais da geração Z na empresa é preciso investir na divulgação da vaga e no recrutamento.
Além de usar os meios digitais, é preciso mostrar quais são os diferenciais do negócio e qual o impacto na sociedade. Também é preciso fazer sobre o que o futuro profissional vai aprender.
Por estarem nas redes sociais, aposte:
No Twitter – abrindo fóruns de discussão que possibilitem que eles ajudem uns aos outros.
Em tutoriais no Youtube – essa geração acessa o canal pelo menos uma vez por semana.
Entrevista online – além de refletir o dia a dia dos jovens, permite que eles fiquem bem seguros e confortáveis nesse ambiente.
Use da criatividade para atrair esses jovens!
Horários e locais de trabalho flexíveis
Eles podem ser workaholics, mas, ao mesmo tempo, a geração Z preza pela individualidade e vida social – fora do trabalho. E para essas duas coisas existirem, jornadas de trabalho restritas podem fazer eles desistirem de trabalhar na empresa.
Não importa se é preciso trabalhar de madrugada, mas para eles é importante ter a sua escala de trabalho e poder ir fazer uma aula de meditação no meio da tarde, por exemplo.
Falando em flexibilidade de tempo, o home office também é uma opção. De acordo com uma pesquisa realizada pela Randstad, oito em cada dez brasileiros da geração Z esperam condições de trabalho mais flexíveis do que as gerações que os antecederam. E a pandemia do novo coronavírus veio potencializar isso.
E isso significa que a jornada de trabalho tradicional, das 8h às 18h, por exemplo, não agrada muito esses profissionais.
Por quererem um trabalho que valorizem o reconhecimento, é comum encontrar jovens empreendedores, e que não se preocupam em mudar de emprego também.
Autonomia
Por serem bastante ambiciosos, os jovens da geração Z também buscam trabalhar com o que gostam, sem levar muito em conta o salário. Para eles, o que importa é encontrar oportunidades que favoreçam o seu crescimento, mas que possam ter independência.
Ofereça treinamentos e retornos sobre os trabalhos prestados. Quando contratados, fazer elogios e apoiá-los também é um incentivo para aumentar o engajamento e a motivação no ambiente de trabalho.
Estruture um ambiente de autonomia e que seja favorável ao processo criativo e de proatividade. Busque soluções inovadoras que beneficiem o seu negócio.
Encontre uma causa
Os jovens dessa geração não trabalham somente pelo dinheiro; eles querem fazer algo pela sociedade, ou seja, buscam propósito em tudo o que fazem.
Os candidatos querem trabalhar em empresas que se preocupam com a sustentabilidade e a diversidade, por exemplo. Por buscarem cada vez mais por propósito, relevância e experiências personalizadas que sejam alinhadas com seus desafios, as organizações precisam engajar os colaboradores e maximizar a produtividade do time.
Nada de autoritarismo
A dica aqui é para os gestores: a geração Z pode precisar um pouco mais de eficiência no que diz respeito à gestão de conflitos, mas isso não significa que é preciso ser autoritário.
Portanto, seja firme sem exagerar na autoridade. Eles devem receber comandos e orientações, mas não podem se sentir acuados e presos em um ambiente onde a hierarquia fala mais alto.
Quando sua criatividade e dinamismo não são valorizados, as chances deles saírem só aumentam.
Menos burocracia
Como você percebeu, a geração Z também é bastante prática, portanto se a empresa tem muitos processos burocráticos, isso pode ser um problema tanto para recrutá-los, como para mantê-los.
Tenha uma comunicação interna mais ágil e flexível, e fluxos de trabalho mais eficientes.
Mesmo com todos os desafios existentes, contratar e manter colaboradores da geração Z na empresa é uma grande oportunidade não só para modernizar o negócio, como também para estimular o crescimento.
*Ana Correa é Co-fundadora e Diretora de Produto na TAQE, plataforma de recrutamento e seleção digital. Ana é comunicadora social – jornalista, com uma carreira focada em comunicação digital, impacto social e inovação colaborativa. Faz parte da Taqe desde 2016, já teve passagens por diversas áreas, como marketing, Customer Success e atualmente é Diretora de Produto.