Por César Costa, sócio e diretor da Semente*
O empreendedorismo inovador nos dá um propósito, que está para além do crescimento econômico, ainda que intimamente relacionado. Mais do que uma solução ou um produto, ao realizar essa ação de forma pensada você estará arquitetando uma concepção de mundo. Com isso, é possível impactar a vida das pessoas. E engana-se quem pensa que ter um desígnio para seu negócio é algo necessariamente gigantesco.
Em um ranking que avalia a Taxa de Empreendedorismo Total (TTE), entre 47 nações, o Brasil ocupa a quinta posição, subindo para o quarto lugar quando analisados apenas a América Latina e Caribe. O empreendedorismo inovador é mexer nas pequenas engrenagens do mundo, a partir de soluções inovadoras, gerando bem-estar social e econômico. E para isso, existem métodos bastante eficazes, como o Caminho Empreendedor.
Introduzindo o Caminho Empreendedor
Para poder introduzir o estágio Explorar do Caminho Empreendedor, é necessário revisitar alguns conceitos básicos. O primeiro deles é o de inovação. O que é inovação para nós? É resolver problemas reais, com soluções de mercado, em contextos com altos níveis de incerteza. E aqui, há três elementos importantes: identificar problemas reais, construir soluções de mercado e em ambientes com altos níveis de incerteza.
Um dos instrumentos para se fazer inovação são as startups, ou seja, uma organização temporária que está em busca de um modelo de negócio viável.
Se uma startup busca um modelo de negócio viável, isso quer dizer que ela está lidando com o desafio de diminuir as incertezas, posto a sua finalidade. O resultado dessa lógica, portanto, é a diminuição dos riscos inerentes à atividade empreendedora.
É importante entender: uma startup deve ser gerenciada exatamente como uma empresa maior? Não. E isso se dá por suas características e pela mentalidade empreendedora que orienta quem deseja se envolver no processo. Diante disso, as metodologias de gestão também são diferentes.
Um outro jeito de fazer as coisas
O ecossistema empreendedor brasileiro tem características próprias, apresentando diferentes níveis de maturidade, seja do negócio ou das pessoas envolvidas. A cultura que envolve o empresariado no país ainda é muito fechada. Nesse sentido, inovar ainda não é tido como uma prioridade – ainda que haja movimentos de mudança mais recentes.
Além disso, o que se pode dizer a respeito da nossa predileção às startups está ligado, por exemplo, à capacidade inovadora de brasileiros e brasileiras em um cenário de necessidade.
Com isso, cada etapa do Caminho Empreendedor tem um objetivo claro e alcançável. No estágio Explorar, o grande objetivo é encontrar uma missão, isso significa: conseguir encontrar um problema efetivamente relevante e olhar para uma possibilidade de resolução desse problema.
Muito do que percebemos, em milhares de consultorias realizadas, é que cuidar da formação do time de fundadores desde o início, e ter pelo menos mais uma pessoa compondo-o, aumenta as chances de sucesso do negócio. Ou seja, independente do tamanho de uma empresa, as pessoas, começando pelos fundadores, são sempre o principal ativo.
*Sócio e diretor da Semente Negócios. Administrador pela UFRGS, Mestre em Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade pelo PPGA/UFRGS. Estudou management na Lund University, Strategic Management & International Business na University of La Verne, e Disruptive Strategy na Harvard Business School. É Coach Profissional e Analista Comportamental formado pelo Instituto Brasileiro de Coaching. Já apoiou dezenas de startups em diferentes estágios de maturidade e desenvolveu projetos de inovação em diversas organizações. É autor da metodologia Corporate-up, visando tornar organizações estabelecidas mais inovadoras.