Como decidir entre internalizar ou terceirizar desenvolvimento de software na empresa?

Por João Zanocelo, Head de produto e marketing da BossaBox

A terceirização para desenvolvimento de software sempre foi uma estratégia viável para companhias  que buscam ampliar sua capacidade de desenvolvimento de produtos, acelerar o time-to-market ou ganhar acesso a novas competências. No entanto, a decisão sobre terceirizar ou utilizar recursos internos não é fácil devido à ausência de critérios bem definidos e um framework claro para orientar os executivos.

Nesse contexto, para auxiliar na tomada de decisão, alguns fatores devem ser levados em conta, dentro das seguintes frentes: Competências, Gestão de Custos, Produtividade, Alocação de Recursos, Prazos, Controle de Qualidade, Segurança e Comunicação. Tendo isso em mente, agora é hora de elaborar um guia, considerando os prós e contras entre as seguintes ações:

Alinhamento estratégico x Acesso a talentos especializados
A utilização de equipes internas é benéfica quando a iniciativa é central para a missão da empresa, promovendo o desenvolvimento de competências vitais para o futuro da organização. Além disso, manter o conhecimento internamente minimiza riscos associados à rotatividade de pessoas. Por outro lado, a desvantagem é a possível limitação no acesso a talentos e habilidades especializadas, que podem não estar disponíveis ou serem custosas para a instituição.

Controle e transparência de custos x Flexibilidade na alocação de recursos ou custos fixos menores
Em alguns cenários com terceiros, os custos podem ser opacos, contudo o desenvolvimento interno oferece maior controle e visibilidade sobre as despesas associadas ao projeto. Já o modelo outsourcing se destaca pela capacidade de escalar ou reduzir investimentos de acordo com as necessidades da própria proposta ou da organização. Além disso, os custos fixos associados à terceirização também são menores.

Integração organizacional x capacidade de produção
Um time interno facilita a comunicação e a colaboração entre diferentes departamentos, promovendo uma integração mais eficaz. Ao considerar empresas especializadas em subcontratação, há uma maior capacidade de produção, com foco exclusivamente no projeto, o que possibilita a aceleração da entrega.

Seleção de talentos x agilidade na contratação
O desenvolvimento interno permite um controle mais refinado na escolha de talentos alinhados às necessidades específicas da companhia. Em contrapartida, a terceirização pode oferecer maior velocidade e eficiência na mobilização de recursos, evitando os atrasos associados aos processos internos de contratação.

Engajamento x flexibilidade do time
Equipes internas tendem a ter um maior senso de ownership com o projeto e alinhamento dos objetivos da empresa. Por outro lado, o modelo com contratação externa permite uma adaptação mais ágil do time de acordo com as demandas, facilitando o aumento ou redução de pessoal conforme a necessidade.

Gestão de qualidade x diversidade de perspectivas
A gestão interna facilita a implementação e o monitoramento de padrões de qualidade. Todavia, no outsourcing é possível introduzir novas visões e processos que desafiam e enriquecem os padrões internos.

Controle sobre propriedade intelectual x Gestão de incidentes de segurança
O desenvolvimento interno oferece controle mais rigoroso sobre a propriedade intelectual e a segurança dos dados. Ao mesmo tempo,  um time externo pode oferecer maior responsividade a incidentes sem tirar foco no desenvolvimento de features e produtos novos.

Alinhamento cultural e comunicacional x Diversidade de ideias e abordagens
O desenvolvimento interno favorece a congruência cultural e facilita a comunicação. A terceirização, por sua vez, pode oferecer desafios de comunicação como fusos horários e diferenças culturais.  Em contrapartida, também pode trazer maior diversidade de perspectivas e abordagens.

Levando em conta todos os pontos, é sempre importante destacar que a escolha entre terceirização e desenvolvimento interno deve ser uma decisão estratégica, ponderando cuidadosamente todos os fatores para alinhar as necessidades da instituição, necessidades do projeto, e  recursos disponíveis.

*João Zanocelo é cofundador e head de produto e marketing da BossaBox, startup que aloca e gerencia squads sob demanda. Na empresa, ele é responsável pela criação de produtos digitais que transformarão a forma como as empresas implementam suas iniciativas de inovação. Formado em marketing pela ESPM, possui certificados de digital product leadership, pela Tera, e UX research pela Mego User Experience.

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