Construtech aponta caminhos para Governo alcançar metas do Minha Casa, Minha Vida

Especialista em orçamento, Antonio Fascio, CEO da OrçaFascio, explica como Governo Federal pode entregar as moradias prometidas em quatro anos

O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, criado em 2009 e descontinuado em 2020, sendo renomeado como Casa Verde e Amarela, teve sua retomada assinada pelo atual presidente em fevereiro deste ano. A iniciativa visa facilitar o financiamento de moradias e, atualmente, um dos desafios que o programa enfrenta está relacionado a organização do orçamento necessário para alcançar a meta de atender 2 milhões de famílias até 2026.

Uma mudança no mercado da construção civil que fomenta a expectativa de cumprir o prazo definido para a entrega das 2 milhões de unidades habitacionais é o momento de industrialização no mercado. Hoje, existe tecnologia que barateia as obras em até 15% e também as aceleram. Com influência da tecnologia inserida na construção industrial, a MRV, por exemplo, bateu o seu recorde em volume de lançamentos em 2021, no auge da pandemia. Somente entre janeiro e março, foram 9.996 unidades lançadas pela construtora. “São muitos fatores que podem alterar a forma de entrega, mas também, garantir ela. Se o Governo Federal aproveitar as inovações disponíveis em 2023 e seguir o que já deu certo anteriormente, pode ser que a meta seja cumprida”, comenta Antonio Fascio, CEO do Grupo OrçaFascio.

Para atingir o objetivo, o Governo Federal deve permanecer alinhado com o Ministério das Cidades: órgão responsável por criar as regras do programa, dentre outras questões; Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: que revisa as regras referentes a renda limite todos os anos; e o Distrito Federal, estados e municípios: responsáveis pelo desenvolvimento e implementação do Minha Casa, Minha Vida.

“Temos também o lado das construtoras que possuem bons incentivos fiscais do Governo para serem responsáveis pelos projetos habitacionais. Dentre eles, estão a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a redução da alíquota do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Estímulos que impulsionam a criação de novos projetos, aumentando a possibilidade de entrega em 2026”, explica Fascio, CEO do Grupo OrçaFascio.

Para as pessoas físicas, a principal vantagem de comprar uma moradia pelo programa MCMV é a possibilidade de realizar o sonho da casa própria por um preço mais acessível e condições especiais para o pagamento. O programa oferece subsídio que pode chegar a até 90% do valor, com parcelas de até R$ 270, condições extremamente mais vantajosas em comparação com o que o mercado atual oferta.

Para além das moradias: o contexto local importa

Mas para cumprir com excelência os objetivos traçados pelo programa, não basta só construir casas. É preciso oferecer um contexto digno para essas pessoas se estabelecerem nos locais onde serão construídos os lotes de casas ou apartamentos. “O ideal é que as ruas desses loteamentos sejam pavimentadas e que haja incentivo de comércio local para que os moradores possam fazer compras em mercados e farmácias sem terem que se deslocar para o outro lado da cidade. Além, claro, de terem opções de lazer na área. Seguindo dessa forma, é possível que o programa  atinja as expectativas e ofereça as condições para essas pessoas”, conclui Antonio Fascio, CEO e fundador da OrçaFascio.

O programa também é benéfico para a economia. Segundo estimativas do Ministério das Cidades, somente entre 2008 e 2014, o programa movimentou cerca de R$ 150 bilhões, e vem impulsionando diversas empresas da indústria da construção civil. Mas para atingir a meta dentro do prazo estabelecido, é preciso ficar atento com todos os passos das obras.

“Entender prazos de entrega para garantir que os materiais estejam disponíveis quando forem necessários, evita atrasos na obra. O software Orçafascio, por exemplo, oferece o acompanhamento de obras por meio dos módulos de medição, diário de obra, gerenciamento de compras de materiais e orçamento de obra conforme as regras do Tribunal de Contas da União”, comenta o CEO da construtech.

O plano requer comprometimento para ser atingido. Segundo o Ministro Jader Filho,  em entrevista publicada pela Agência Brasil, a meta de 2 milhões de unidades habitacionais será distribuída a partir do déficit habitacional das regiões e estados. “Manter uma comunicação eficiente com a equipe responsável pela obra e realizar visitas periódicas ao canteiro de obras para garantir que tudo esteja em conformidade com o cronograma e os padrões de qualidade estabelecidos, também são peças-chave para que o projeto seja cumprido nos próximos quatro anos”, finaliza Antonio Fascio.

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