Consultoria de dados e insights revela como está o sono dos brasileiros

Segundo dados levantados pela Timelens, as pessoas têm buscado diferentes formas de lidar com o cansaço, a exaustão e a ansiedade, uma delas é a procura por medicamentos

De acordo com a Timelens, consultoria de dados e insights do ecossistema FutureBrand, entre junho de 2019 e junho de 2024, no Brasil, foram realizadas no Google cerca de 52 milhões de buscas pelo remédio Zolpidem, utilizado para dormir,  superando os Estados Unidos, país que tem alto índice de consumo do mesmo.

Para a consultoria, esse é um importante movimento na internet sobre a qualidade do sono dos brasileiros após o COVID-19, e destaca um aumento alarmante na utilização de medicamentos para dormir no Brasil. Nos últimos cinco anos foram registradas aproximadamente 20,8 milhões de menções das palavras cansaço e exaustão nas redes sociais, e 11,6 milhões de citações relacionadas à dificuldade para pegar no sono.

Ainda de acordo com o comportamento digital dos brasileiros, no ambiente online, a  ansiedade pode ser  identificada como uma das principais causas para esse problema. As menções foram categorizadas da seguinte forma: ansiedade/angústia, que representam 26% das citações; seguida de mal-estar com 22% das referências;  barulho e clima, que juntas somam 13%; seguidas de substâncias/drogas, 3%; e medo, 2%. Além disso, as buscas no Google por “sintomas de ansiedade” são 75% maiores do que as por sintomas de depressão, por exemplo, com um aumento significativo no início da pandemia.

“Com base nos dados, fica claro que a temática emergiu como uma preocupação de saúde pública, demandando atenção por parte das autoridades. Identificamos um movimento dos brasileiros por soluções alternativas que os auxiliem a melhorar a qualidade do sono”, pontua André Matias (foto em destaque), CEO da Timelens.

Alternativas para uma boa noite de sono

Além dos remédios, outro movimento online identificado foi a procura por colchões, que no Google foram as mais altas dos últimos dez anos no país, o que resultou em  um crescimento de 34,4% pós pandemia. Ferramentas para melhorar a qualidade das noites ganharam destaque no Youtube como, por exemplo, a procura por “ruído branco para dormir”, que obteve um incremento de 3.400%, mostrando que não somente os adultos, mas as crianças também estão enfrentando dificuldades na hora de descansar.

“O termo “higiene do sono“, conjunto de hábitos que ajuda o indivíduo a dormir melhor, também cresceu significativamente, recebendo 266 mil pesquisas no último ano no país, o que indica um progresso na conscientização sobre a importância de práticas saudáveis para um sono reparador”, conclui Matias.

O protagonismo do Zolpidem 

O interesse dos consumidores por assuntos relacionados ao medicamento, amplamente utilizado para tratar distúrbios do sono, teve um volume de procura de 9,8 milhões no último ano, quase superando o clonazepam, popularmente popularmente conhecido como Rivotril. A comparação entre as buscas online no Brasil e nos EUA, nos últimos cinco anos, teve um volume de 2,6 vezes maior, com mais de 52 milhões de buscas.

A análise das redes sociais mostra que a medicação é um tema amplamente discutido, com 53,6 milhões de relatos no TikTok, 86% dos quais mostram os efeitos do fármaco de maneira bem humorada, através de memes e trends. O termo “Zolpidem” criou uma verdadeira tendência, com a hashtag #zolpidem ganhando destaque.

O levantamento da Timelens também revela um aumento expressivo nas pesquisas por alternativas, como melatonina e produtos relacionados, que representam em torno de 17,5 milhões de consultas no Google no último ano, com um crescimento de seis vezes maior desde sua aprovação pela Anvisa em 2021.

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