O presente de Natal recebido pela presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, como mesmo ela disse, ao País alcançar a sexta colocação no ranking da economia mundial, não representa melhor qualidade da vida para os brasileiros. A empregabilidade melhorou, mas a distribuição de renda ainda é um dos principais entraves que precisará ser melhor dimensionado.
Quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fala que demoraremos emtorno de 10 a 20 anos para termos a mesma qualidade de vida dos europeus, muitos criticam. Só que não está longe de ser verdade, pois mesmo com os problemas econômicos que assolam os países da Zona do Euro, a questão dos benefícios sociais são de longe melhores que o nosso e a distribuição de renda por habitante, muito superior.
Com a estabilidade econômica brasileira, é possível diminuir rapidamente esse espaço de tempo para melhorar a qualidade de vida com melhor distribuição de renda. Não basta efetuar a distribuição do Bolsa Família ou beneficiar poucos brasileiros com o programa Nossa Casa Nossa Vida. É preciso capacitá-los para que consigam uma renda superior e possam pensar no futuro em consumir de maneira responsável e poupar.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nos mostra uma melhoria da empregabilidade com uma ocupação de vagas nunca vista, mas a falta de cultura e uma educação ineficiente também apresentam a baixa renda do brasileiro – 63% recebem até dois salários mínimos, colocando-os em condição de sobrevivência em um país de tantas desigualdades sociais.
Para reduzir o tempo e melhorar a qualidade da vida, precisa haver, em primeiro plano, redução da corrupção dos políticos e punição severa; melhoria da malha de transporte, das condições habitacionais e da saúde. É fundamental acabar com a ilusão e partir para a realidade. Somenteassim o Brasil deixará de ser o país das desigualdades.
Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.