O mercado financeiroapontou em 2011 as melhores e piores aplicações financeiras de acordo com seus rendimentos. O grande negócio foi o investimento em ouro (16,46%). Isso deve-se às crises provocadas pelos Estados Unidos e pela Zona do euro, fazendo com que o metal, que também sofre oscilação do câmbio, atingisse patamar elevado. Em seguida, vem o dólar (11,84%), CDI (11,5%), euro (8,64%) e poupança (7,5%). O pior investimento foi com as operações em Bolsa, cuja carteira teórica indicou um decréscimo de 18,43% no ano.
Alguns fatores são importantes para análise do investidor. Primeiro: sua agressividade ou seu conservadorismo. Quanto maior é o risco do negócio, maior a perspectiva de ganho ou perda – fato que indica um perfil agressivo. Aqueles que têm aversão ao risco, ou seja, não quer corrê-lo – perfil conservador.
A busca pela maximização do retorno dependerá muito do conhecimento do investidor e do profissional que o assessora nas instituições financeiras. Outro aspecto que deve ser avaliado é a questão da necessidade do recurso – se é de curtíssimo, curto, médio ou de longo prazo. Essa situação também deve servir de parâmetro, pois alguns investimentos poderão ter resultados negativos no curto prazo, mas a perspectiva futura é de crescimento.
Na análise das melhores aplicações não foi colocada a questão dos IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) e do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que poderão incidir sobre os rendimentos e reduzir significativamente os seus ganhos. Para as aplicações de renda fixa inferiores a 30 dias incide IOF, que variará de acordo com o tempo de resgate. No caso do Imposto de Renda, a taxa será reduzida àmedida que o investidor aumenta o tempo de aplicação.
Nas aplicações em Bolsa, somente incide o IRRF se houver o ganho apurado no mês, abatidos os prejuízos gerados com negociações efetuadas dentro do próprio período. Havendo ganho, a tributação é de 15% e se a negociação for até R$ 20 mil por mês, não haveráincidência do IRRF. Nos casos de daytrade, o imposto passa a ser de 20%. A poupança, que está na lanterna dos investimentos, não tem a tributação doIRRF e IOF.
A análise que o investidor tem de fazer é o montante investido e o tempo em que esse recurso será resgatado para, assim, maximizar o retorno. Os impostos devem ser sempre calculados, pois, em diversos casos, os rendimentos em títulos de renda fixa foram inferiores à poupança.
Como exemplo de aplicação em renda fixa, se o investidor tem R$ 20 mil disponíveis e, eliminando os rendimentos que correm risco com situações de natureza político-econômica, se ele aplicou em poupança no início de 2011, o rendimento será de R$ 1.500,00. Se foi aplicado em títulos vinculados ao CDI, com mais de dois anos de aplicação, o rendimento líquido será de R$ 1.955,00. Já em títulos vinculados ao CDI com prazo de um ano, o rendimento será de R$ 1.840,00.
Mesmo com a tributação, o rendimento é superior à poupança, mas um outro aspecto deve ser observado: para pequenos investidores, não se consegue uma taxa de um CDB (Certificado de Depósito Bancário) de 100% do CDI. Dependerá do volume que foi empreendido para conseguir a taxa máxima. Portanto, se for ofertado um CDB que renda menos que 82% do CDI em um ano, já perde para a poupança.
Outra observação que é colocada refere-se ao índice do IBOVESPA ter perdido 18,43% no ano. Ele é relativo à carteira teórica de investimentos e, para haver essa perda, o investidor precisaria investir os seus recursos em todas as ações que compõem esse índice. Se investir em setores específicos, o ganho poderá ser maior ou a perda poderá ser menor.
Para um perfil conservador, a poupança e a renda fixa, dependendo do tempo e rendimento, podem dar maior segurança. Agora, aquele que tem sangue frio poderá ser mais arrojado, sendo aconselhado aplicar em um portfólio de investimentos para pulverizar os riscos e maximizar o rendimento.
Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.