Tenho um casal de enteados, gêmeos, completamente diferentes um do outro. A única semelhança é na forma como querem chamar atenção da mãe: o que um faz, o outro quer também e, quando a minha mulher está com um deles, o outro tenta chamar atenção, mas cada um à sua maneira. Um é brincalhão, outra é astuta; o menino é malandro, a menina parece a mandachuva da casa. Normal, são crianças saudáveis e inteligentes e cada um com o seu jeito e forma de entregar valor para a mãe.
Sempre que preciso resolver algum problema estratégico para meus clientes busco entender de que forma aquele conjunto de ações passará uma mensagem que será única na percepção do consumidor. Mas, sempre que pergunto “o que sua empresa tem de diferencial de mercado?”, recebo as mesmas respostas: qualidade, bom prazo de entrega, preço competitivo. Ocorre que, caso eu pergunte o mesmo para o concorrente, muito provavelmente terei as mesmas informações.
Por este motivo insisto no exercício em busca do que cada empresa tem de único. Geralmente encontro a resposta no perfil do empreendedor ou da equipe de decisão. Cada um tem o seu jeito, independentemente do tamanho da empresa: uns mais ousados, outros centralizadores; com vasto conhecimento nas técnicas de marketing, outros nem tanto.
Lembro o quanto foi desafiador desenvolver uma campanha de relacionamento em redes sociais para um empresário que não tinha nem e-mail, mas sabia de cor os números da sua empresa, diariamente. Resolvemos mostrando resultados, números, mas não fomos além do que conseguíamos mensurar para ele. Deu certo e com o tempo ele foi “pegando o jeito”.
É na vontade das pessoas, no que as motiva a gerir a empresa onde se encontram as melhores respostas, e que fazem a estratégia ser única. Está aí a razão pela qual não acreditamos em fórmulas prontas de comunicação. Cada cliente tem seu mercado e ritmo, mesmo entre concorrentes.
Tangibilizar a paixão e a vontade de cada cliente nas ferramentas e na mensagem correta é o grande desafio de uma boa agência estratégica de comunicação, no seu tempo e com as aptidões únicas. Quando “qualidade todo mundo tem”, e se o cliente não vê outro valor sentimental agregado ao seu produto, o resultado será a briga de preços.
Sugiro a leitura do livro “A Estratégia do Oceano Azul”, uma das minhas inspirações para montar a Mega Marketing de Experiência e posicionar como uma agência estratégica, que busca resolver o problema dos clientes, há mais de 10 anos. É claro que meus enteados de 9 anos não leram a obra de W. Chan Kim e Renée Mauborgne, mas já aplicam os ensinamentos do livro naturalmente.
Por Beto Harger é CEO da Mega Marketing de Experiência, responsável pela captação de novas contas e desenvolvimento de oportunidades para clientes.