Nas últimas semanas, os consumidores brasileiros se depararam, novamente, com a retirada de produtos das gôndolas dos supermercados. Novos lotes de leite com suspeita de contaminação passaram por recall, assim como um lote de achocolatado com alteração no sabor e odor. O recolhimento dos itens das prateleiras é cautelar, e busca examinar amostras dos alimentos para garantir a segurança de quem os consome.
Quando uma situação dessas acontece, é preciso agir com rapidez para evitar que mais unidades sejam vendidas e, assim, evitar que o problema tome proporções maiores. É aí que a rastreabilidade assume um papel fundamental. Graças a ela, é possível adotar medidas emergenciais, já que o processo permite identificar onde ocorreu a contaminação química, biológica ou perda de qualidade e retirar logo o produto de circulação.
Tudo isso acontece em função das informações que podem ser capturadas por meio do código de barras ou por sistemas de identificação por radiofrequência, e que permitem acompanhar todo o trajeto do produto, desde a matéria-prima, passando pela indústria até chegar às prateleiras do varejo. É possível agregar informações adicionais como: o número lote, a data de validade ou o peso.
A padronização de dados dos bens alimentares na cadeia de suprimentos se torna cada vez mais necessária e gera maior confiança por parte do consumidor. Com um sistema de identificação em todas as fases de produção dos alimentícios, é possível a localização ágil e segura de cada item. O Brasil não pode perder mais tempo. É preciso investir na rastreabilidade, pois, o mais importante, é estar preparado para enfrentar e resolver eventualidades. Quem faz a lição de casa ganha duas vezes: conquista a confiança do consumidor e abre as portas para o comércio mundial, que também tem sido criterioso quanto ao controle de origem. Tecnologias existem. O que precisamos é que elas sejam aplicadas.
João Carlos de Oliveira é presidente da GS1 Brasil-Associação Brasileira de Automação