Rico em nutrientes e propriedades benéficas à saúde, as funcionalidades do café vão muito além da bebida e podem trazer diversos benefícios também em outros formatos. Um dos segmentos que tem explorado cada vez mais as qualidades do café e seus derivados, é a indústria da beleza. Mas isso não é novidade. No século XIX, os russos ofereciam em suas casas de banho, grãos de café para massagem em seus clientes, com intuito de uma leve esfoliação utilizando o óleo natural do fruto.
Estudos agrícolas, químicos e farmacêuticos encontraram na cafeína atributos eficientes para hidratação, antioxidação e fortalecimento de pele e cabelos, e já são várias as opções disponíveis no mercado de cosméticos que levam a semente da bebida mais consumida do mundo como matéria-prima. Em Curitiba, a Mensch, marca de cosméticos masculinos, preocupada em oferecer o melhor em inovação e sustentabilidade, apostou em componentes mais naturais, e desenvolveu uma linha exclusiva de itens para barba, pele e cabelo, produzidos a partir da semente de café verde. Os produtos utilizam em suas composições o óleo de café arábico, extraído do grão ainda verde, antes de passar pelo processo de torrefação que o deixa apropriado para beber.
“Repleto de componentes antioxidantes, tonificantes e antissépticos como os ácidos graxos e a Vitamina E, a presença do óleo garante uma ação anti-inflamatória, antiedema e hidratante para a pele, revitaliza auxilia no processo de crescimento da barba, além de combater os radicais livres prevenindo o envelhecimento e dando um aspecto mais natural à pele”, explica Michael Neves, diretor da Mensch.
Outro exemplo do aproveitamento da semente de café em cosméticos é a parceria entre o grupo Café do Moço e a L’odorat – Saboaria & Cosmética Artesanal que originou uma linha especial de sabonetes esfoliantes, feitos com as borras de café que sobram nas cafeterias do grupo (Barista Coffee Bar). “O produto é biodegradável, não utiliza nenhum ingrediente de origem animal e o café funciona como o agente esfoliante da composição”, comenta Estela Cotes, sócio proprietária do Grupo Café do Moço. Além disso, devido ao seu processo artesanal de produção, o sabonete acaba preservando um item essencial para a hidratação da pele: a glicerina, que nos sabonetes industriais acabada sendo substituída por produtos químicos.
“O Brasil é responsável por aproximadamente um terço de toda a produção de café mundial, e com benefícios para a rotina de cuidados pessoais e linhas de produção focadas na sustentabilidade, os cosméticos elaborados a base de café se destacam e ganham espaço nesse setor da economia, se mostrando uma ótima opção para dar um novo destino ao que não era aproveitado e gerar novas possibilidades e modelos de negócios para o café além da indústria alimentícia”, completa Estela Cotes.