Quando Benjamin veio ao Brasil pela primeira vez, de férias, em abril de 2009, o país vivia a expectativa de sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Então, Benjamin e seu sócio e Louis Planès viram uma série de oportunidades, principalmente no Rio de Janeiro.
Benjamin e Louis já estavam na França com ideias de empreendimentos, porém não sabiam em qual setor investir. Ao se hospedarem na zona sul carioca, ficaram extremamente decepcionados com a hospedagem. Dali, surgiu a ideia de montar um hotel de pequeno porte e alto padrão para estrangeiros.
O primeiro passo foi buscar lugares para montar o hotel de luxo, o que causou muita dificuldade por não encontrarem o espaço ideal.
“Mesmo há 10 anos, comprar um prédio ou uma casa em Ipanema ou Copacabana era quase impossível pela indisponibilidade, além do custo muito elevado”, relembra, Benjamin.
Assim que foi iniciado o processo de pacificação das favelas, ruas nobres dos anos 70 voltaram a ser acessíveis, como por exemplo, a rua Saint Roman, que leva às comunidades de Cantagalo e Pavão-Pavãozinho. Nesta rua, Benjamin e Louis encontraram um charmoso casarão dos anos 40 e o transformaram no hotel boutique “Casa Mosquito”.
Paralela à busca pelo local ideal, os sócios franceses acabaram se aproximando de corretores de imóveis da cidade e perceberam que nenhum corretor estava atendendo de forma correta às necessidades de Benjamin e Louis.
“Vou dar um exemplo: entrávamos numa imobiliária e dizíamos que procurávamos uma casa no valor de até 1 milhão de reais e o profissional nos apresentava uma cobertura de 10 milhões. Então, imediatamente reparamos que além do hotel, tínhamos uma super oportunidade de montar uma imobiliária para atender às necessidades de investidores estrangeiros”, conta, o empresário.
Os sócios montaram os dois projetos em paralelo e ambos fizeram sucesso imediato. O período de Copa do Mundo e Olimpíadas trouxe diversos investidores buscando casas e apartamentos no Rio, além de turistas para hospedagem. Permitiu até mesmo que a “Casa Mosquito” recebesse a Família Real da Bélgica.
“O Brasil é muito parecido com os Estados Unidos, é muito da cultura americana – se você quer, você pode. Nada te impede! E isso vale muito para o empreendedor. É muito diferente da Europa, um lugar mais fechado, tudo muito ‘quadrado’. No Brasil, você pode tentar, se não conseguir, não tem problema, pois há resiliência e uma série de oportunidades de mercado”, ressalta, Benjamin.
O empresário francês, também diz o que pensa a respeito de um bom empreendedor e quais características o mesmo deve ter para obter sucesso.
“O empreendedor não pode ser preguiçoso, tem que trabalhar muito! Especialmente se você for gringo, já que ninguém está esperando você. Ralamos muito! E durante 10 anos não tirei férias, não tive final de semana e feriados, tudo para obter sucesso. Porque esse é o segredo – trabalhar. Outra dica está na paciência, pois é verdade que a administração puxa um freio nas ambições.”