Os próximos anos serão promissores para empresários brasileiros que queiram iniciar um negócio nos Estados Unidos. A afirmação é do especialista em estratégia pela Universidade Harvard, Manuel Mendes. O executivo da Boston Innovation Gateway aponta como principais beneficiadas as empresas que queiram não apenas exportar, mas sim iniciar um projeto de expansão com previsão de abertura de um braço da sua operação nos EUA, gerando investimento e emprego no país.
Segundo Manuel Mendes, a análise está ancorada em duas perspectivas básicas. O especialista cita a recuperação econômica e a retomada do crescimento, que vem se consolidando desde 2012, e as intenções claras do novo governo para atração de investimento e incentivo aos negócios internos em detrimento do modelo de importação clássico, que continuará a existir para suprir as necessidades locais, independentemente das declarações de cunho eleitoral do novo presidente, Donald Trump.
“Para empresas que estão mirando o mercado norte-americano como uma estratégia de crescimento, mitigação de riscos ou combate à crise, definitivamente a solução mais recomendada a longo prazo será a implantação de uma filial ou subsidiária da empresa em solo americano, após um período de testes através de exportação”, indica Mendes.
Para pessoas físicas que desejam iniciar um negócio nos EUA, o especialista em estratégia comenta que a principal alternativa a considerar é a identificação de um pequeno negócio existente, com uma carteira de clientes estabelecida e um histórico de resultados comprovados.
“Deve-se considerar a parceria com uma empresa de franquias americana ou com uma marca brasileira em processo de expansão internacional, visando minimizar riscos e encurtar a curva de aprendizagem sobre o novo mercado. Ambas as opções têm os seus prós e contras. Contudo, o que é mais importante neste processo é identificar uma empresa que conhece bem o mercado e as diferenças de cada situação, a fim de orientar o cliente e auxiliar na identificação do negócio ideal de acordo com o seu perfil”, observa o executivo da Boston Innovation Gateway.
Manuel Mendes destaca ainda que o investidor deve se atentar para as empresas de consultoria que não cobram taxas de serviços para este trabalho de apoio para a definição da estratégia e identificação da oportunidade de negócio.
“Neste caso, via de regra, os agentes estão representando os interesses dos vendedores nos EUA e não dos compradores no Brasil”, complementa.
