Por Luiz Marcatti, Sócio e presidente da MESA Corporate Governance
Períodos turbulentos decorrentes de crises econômicas exigem dos administradores muita cautela para as tomadas de decisão. É como enfrentar tempestades durante o voo. O piloto tem mais segurança ao dispor de boa visibilidade e informações corretas para seguir adiante e transmitir confiança a todos a bordo. Analogamente, os administradores precisam ter um sistema de informações e indicadores confiáveis, sem os quais a empresa terá mais dificuldades para atravessar períodos de incertezas.
Munidos de informações mais precisas e, sempre que possível, atualizadas, os líderes têm mais segurança principalmente nos momentos mais críticos da tormenta. Além disso, algumas estratégias são fundamentais para os negócios em tempos de crise, independentemente do tamanho, do segmento e do nível de maturidade.
Ter o caixa em dia é muito importante para organizar as empresas. Muitas delas não têm clareza e nem segurança do quanto aos gastos e quais são seus custos, concentrando-se na venda e no faturamento. Em épocas de crise é muito importante ganhar dinheiro, racionalizar os recursos e avaliar a situação econômico-financeira, especialmente quando a necessidade leva a buscar recursos com agentes financeiros.
O administrador também precisa ter ao lado uma equipe competente, com pessoas certas nos lugares certos, ou seja, profissionais com a competência adequada para ocupar posições de acordo com a necessidade da empresa. Sem um time competente, o gestor possivelmente se sobrecarregará e enfrentará riscos e problemas.
Além da competência, colaboradores qualificados fazem a diferença. Investir em treinamento melhora o clima da organização e a produtividade, evitando o comprometimento de resultados. Há 100 anos, Henry Ford, empresário americano que revolucionou a indústria automobilística, disse que o pior é não investir em treinamento e depois perder o funcionário, mas não treinar e o funcionário ficar na empresa.
Nesta nova realidade onde a tecnologia avança rapidamente, essa questão é inevitável. Investir para tornar-se digital não diz respeito apenas a ter recursos tecnológicos, mas trata-se também de modelo mental e de implementar uma cultura nessa direção. Os administradores precisam estar mais abertos para o mundo dos negócios aliado à tecnologia.
O mundo ainda atravessa a tempestade da crise econômica provocada pela pandemia. Para atravessá-la, as companhias precisam praticar ações, sobretudo, capazes de manter o modelo para continuar atendendo as demandas e necessidades dos clientes.