Executiva indica iniciativas para promover a equidade de gênero

Anna Guimarães, Presidente do Conselho Consultivo do 30% Club Brazil, destaca alguns  insights que auxiliam na  promoção  da equidade em corporações

Um estudo que faz parte da 27ª edição Índice de Confiança Robert Half divulgado recentemente, revelou que 64% dos negócios contam com políticas para fomentar a equidade de gênero no ambiente corporativo. Este número representa um aumento de 6 pontos em relação ao ano passado, e um crescimento de 9% se comparado a 2022, quando apenas 55% das organizações contavam com esse tipo de iniciativa.

Mas, especialistas indicam que ainda não  é o bastante, visto que o mesmo estudo também revelou  que 52% das empresas ainda acreditam que precisam ampliar a participação feminina no quadro de colaboradores para se tornarem mais igualitárias. Pensando nisso, Anna Guimarães, Presidente do Conselho Consultivo do 30% Club Brazil, capítulo da campanha global que promove a equidade de gênero nos Conselhos de Administração das 100 maiores companhias do Mercado de Capitais, destaca algumas ações para que a promoção da equidade aconteça efetivamente nas organizações.

1. Políticas de recrutamento inclusivas
Incentivar a implementação de políticas de recrutamento inclusivas com foco em mulheres é uma forma eficaz de criar um local de trabalho diversificado, equitativo e acolhedor. Essas medidas auxiliam a combater a discriminação e a possibilitar oportunidades iguais para todos, independentemente de gênero. Sendo assim, é importante revisar os processos a fim de garantir que sejam, de fato, inclusivos e livres vieses inconscientes, com foco em atrair e recrutar talentos com base em habilidades, experiência e potencial,

“A promoção da equidade precisa existir em todas as esferas de uma instituição, logo é altamente recomendado ter um time de Recursos Humanos que promova e demonstra a relevância dessa temática para a corporação”, explica Anna Guimarães.

2. Desenvolvimento profissional equitativo
Investir em programas que dão suporte na capacitação de mulheres em diversos níveis da organização é fundamental. A ideia é proporcionar igualdade de crescimento e avanço para os colaboradores por meio de programas de treinamento, mentoria, oportunidades de liderança que visam nivelar o campo de atuação. Assim, é possível assegurar  que as pessoas tenham as mesmas condições para aprimorar habilidades e alcançar metas profissionais.

3. Equidade salarial
Este é um princípio fundamental para que a equidade entre homens e mulheres aconteça na prática no mundo corporativo, pois garante que trabalhadores que realizam funções semelhantes ou de igual valor recebam remunerações comparáveis É uma questão de justiça e igualdade, a fim de corrigir desigualdades históricas e sistêmicas no âmbito profissional. Ao fomentar a ação, as empresas não apenas demonstram compromisso com valores éticos, mas também contribuem para um meio empresarial mais inclusivo e motivador, em que  toda a equipe é reconhecida e recompensada de maneira justa pelo seu trabalho e contribuição no sucesso da organização.

4. Cultura organizacional inclusiva
A cultura organizacional inclusiva significa valorizar e celebrar a diversidade de gênero em todas as formas, garantindo que todos os colaboradores, independentemente da origem, identidade ou capacidade, se sintam bem-vindos, respeitados e capacitados.

“Além de práticas efetivas, precisamos encorajar a criação de uma liderança humana e inclusiva, que    reconhece a importância de um modelo  em que  as pessoas podem ser autênticas, sem medo de discriminação ou preconceito, fomentando um senso de pertencimento. É necessário impulsionar a inovação, a criatividade e a colaboração entre equipes diversas”, conclui Anna.

5. Políticas de flexibilidade
A implementação de políticas flexíveis que permitam aos colaboradores equilibrar suas responsabilidades profissionais e pessoais é parte importante no impulsionamento da paridade dentro das instituições. Isso inclui opções de atuar remotamente, horários flexíveis e licenças parentais justas para ambos os gêneros. “Parece simples, mas esse fator pode ajudar a eliminar barreiras que afetam desproporcionalmente as mulheres, já que muitas são mães e enfrentam duplas e triplas jornadas”, pontua a Presidente.

6. Metas e medição de resultados
De acordo com a especialista, a definição de metas específicas focadas em  alcançar a equidade de gênero precisa existir. São elas que  norteiam todo o trabalho desenvolvido pela organização. A partir disso, é necessário realizar o monitoramento do progresso com regularidade. Isso pode incluir contratação, promoção e representação de mulheres em cargos de liderança que devem ser apresentados em números concretos a partir de relatórios regulares. “Esses fatos  ajudam a manter o foco da corporação e demonstra comprometimento com a causa”, reforça Anna.

“A oportunização da equidade de gênero é um processo contínuo que requer dedicação e colaboração de todos os membros da uma empresa, mas principalmente do alto escalão. Todas as iniciativas devem ser adaptadas ao contexto e à cultura da mesma, contudo são fundamentais para criar um espaço em que a equipe possa prosperar igualmente, assim proporcionando um futuro igualitário e inclusivo”, finaliza a Presidente do 30% Club Brazil.

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