Expectativa de crescimento da economia brasileira cai

As projeções de crescimento da economia brasileira para este ano foram reduzidas em até meio ponto porcentual pelo mercado. Há consultorias que esperam aumento de 3,4% para o Produto Interno Bruto (PIB), mais de um ponto abaixo do projetado pelo governo, que é de 4,5%.

Os empresários da indústria e do comércio também cortaram as expectativas de produção e vendas para o ano, diante do acúmulo de estoques em seus armazéns. A mudança de prognóstico está muito longe de ser uma freada brusca no ritmo de atividade, mas indica uma moderação do crescimento.

Os distribuidores de aço, por exemplo, encerraram maio com estoques equivalentes a 3,8 meses de vendas, um mês acima do normal, segundo o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Os distribuidores respondem por 30% do mercado de aço plano, usado pela indústria automobilística, de eletrodomésticos e a construção civil. "Estamos sentindo o desaquecimento. Os fabricantes de autopeças, de máquinas e as construtoras estão comprando menos aço", conta o presidente do Inda, Carlos Jorge Loureiro.

Outro setor que acumula hoje estoques acima do normal é o automotivo, mesmo batendo recordes de produção e vendas. Entre janeiro e maio, o volume de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus espalhados entre fábricas e revendas era equivalente 31,4 dias de vendas, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Normalmente, o estoque médio mensal varia entre 25 a 27 dias de vendas.

"A economia murchou e o desempenho do PIB do primeiro trimestre mostra isso", afirma o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges. Segundo ele, foi exatamente esse estoque que escondeu a desaceleração. Expurgado o estoque, o PIB cresceu 0,7% no primeiro trimestre em relação ao último de 2010, já descontados os efeitos sazonais. Já o crescimento do PIB com os estoques foi de 1,3% no primeiro trimestre.
 

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