Quem vê Edson Ramuth, dono da Emagrecentro, maior rede de franquias de estética do Brasil, não imagina que o empreendedor passou por um momento crítico no início de sua carreira profissional e que poderia ter minado seu futuro como franqueador. Ramuth, primogênito de uma família de quatro irmãos de classe média baixa, estava perto de se formar na Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) quando descobriu que seu pai, madeireiro, não tinha condições de pagar os últimos seis meses de estudo. Se não fosse pelo reitor da instituição, que aceitou fazer um acordo tornando possível o pagamento das mensalidades restantes, o fundador da Emagrecentro nunca teria se tornado médico e, provavelmente, nunca teria enveredado pelo caminho do empreendedorismo.
A história da Emagrecentro deve muito ao início da trajetória médica de seu criador na periferia de São Bernardo do Campo. Durante a residência médica, Edson Ramuth passava seus domingos no setor de pronto atendimento de um hospital do bairro Taboão. A ideia de abrir um centro médico especializado nas áreas de cirurgia e clínica geral, e ginecologia, em frente ao local onde cultivava não apenas pacientes, mas sobretudo amigos, pareceu-lhe natural. O plano foi executado em 1986 graças à parceria com três amigos da faculdade, onde juntos montaram esse espaço com móveis usados. Mas o grupo conseguiu colher os frutos do investimento apenas a partir do segundo ano do negócio. Àquela altura, dois membros do time já haviam desistido da empreitada. As mudanças, no entanto, estavam apenas começando.
Como Edson Ramuth fazia especialização em cirurgia plástica, tratamentos de estética e emagrecimento logo ganharam espaço na clínica. Com a novidade, o número de pacientes cresceu meteoricamente, atraindo à São Bernardo pessoas de todas as regiões de São Paulo. O médico viu ali uma chance de expandir as atividades, e na década de 1990 tomou a decisão de abrir outras unidades da clínica nos bairros de Santana, Tatuapé, Vila Mariana e Lapa. Com a demanda de atendimento em alta e o sucesso garantido, Ramuth mais uma vez pensou e agiu grande. Comprou a parte do sócio em 1994, montou novas unidades e distribuiu médicos, sócios operadores, por todas elas e filiou-se à Associação Brasileira de Franchising (ABF).
O negócio se manteve fiel a esse modelo até 2003, ano em que Ramuth notou que era hora para uma nova mudança. “Eu percebi que os médicos eram bons tecnicamente, mas não bons comerciantes”, conta o médico. “O crescimento da rede foi lento durante esse período, então em 2003 decidi que qualquer um que tivesse afinidade com a área de estética poderia abrir uma franquia e que os médicos passariam a ser contratados”. As taxas de crescimento avançaram cerca de 50% por ano até 2014, período em que a crise econômica fez o negócio decrescer pela primeira vez.
Apesar do momento desfavorável, determinante para a derrocada de dezenas de concorrentes, a Emagrecentro manteve-se líder no mercado, graças à criatividade. O lançamento de campanhas de marketing viral, a proposta de um novo modelo de interação entre os comitês de franqueados e a inauguração do EsthetiClub, uma espécie de academia de estética, são apenas algumas das ações implementadas nos últimos meses e que vêm gerando bons resultados.
Com mais de 100 unidades espalhadas por todo o Brasil – sendo cinco delas unidades próprias -, a Emagrecentro tem expectativa de abrir três unidades próprias nos Estados Unidos e ver seu faturamento de 2016 – R$ 40 milhões – crescer 30% até o fim deste ano. Hoje, o centro estético de emagrecimento, cuja sede está situada na Vila Clementino, bairro da capital paulista, oferece procedimentos realizados por uma equipe composta por biomédicos, fisioterapeutas e esteticistas.
O empreendedor interessado em se tornar um franqueado da Emagrecentro conta com uma série de facilidades para abrir sua própria unidade. Além de não cobrar taxa de franquia, os equipamentos e mobiliários utilizados na clínica podem ser parcelados em até 12 vezes, no cartão de crédito ou cheque. A rede viabiliza financiamento através dos bancos Bradesco e Santander.
Mulheres com idades entre 25 e 55 anos, das classes sociais B e C são os principais clientes da rede. Elas desembolsam por cada tratamento cerca de R$ 792, valor que pode ser parcelado em até 12 vezes. Além do plano de emagrecimento rápido, que inclui consultas e avaliações semanais e orientações baseadas no emagrecimento científico – SPEED 4 fases, a Emagrecentro também oferece tratamentos exclusivos de combate à celulite e à flacidez.
É a tradição aliada à renovação. Embora a Emagrecentro siga sendo uma das redes líder do segmento de estética e emagrecimento, Ramuth sabe que não pode se dar ao luxo de dormir no ponto. “Para um negócio de consolidar e sobreviver por tantos anos há de se administrar bem as receitas, mas também ser criativo e trazer novidades para o mercado”.