Gestão digital exige boa arquitetura empresarial

*Por Enio Klein, CEO da Doxa Advisers, professor de Pós-Graduação na Business School SP, especialista em Transformação Digital, em vendas, experiência do cliente e ambientes colaborativos

Dentre as tantas lições aprendidas em 2020, destaco duas nesse início de 2021, um ano de esperanças, mas também de muitas incertezas. A primeira lição é que devemos estar preparados para mudanças as quais não estão sob o nosso controle. A segunda é que o uso da tecnologia nos negócios é inevitável. A relação de simbiose entre os recursos tecnológicos e modelos de negócio e gestão não é mais uma opção. É necessária para que as organizações possam ser robustas o suficiente para enfrentar desafios de forma sustentável. Não importa o seu tamanho ou o seu ramo de atuação, a arquitetura empresarial deve ser aplicada. De uma organização sem fins lucrativos a uma corporação multinacional. Do varejo à manufatura, passando por serviços, saúde, educação ou conglomerados financeiros. Todas elas precisam estar atentas a este movimento.

 

Algumas estão preparadas, outras estão se preparando, mas a grande maioria ainda está enfrentando a paralisia, natural em momentos de crise. Empresas são ambientes complexos com conjuntos variáveis de capacitação, sistemas, aplicativos, processos e resultados finais, todos os quais devem ser conduzidos em conjunto para criar um ambiente produtivo.

Arquitetura empresarial, também chamada de corporativa, refere-se ao conjunto de sistemas que uma empresa usa para gerenciar seus negócios e operações. Isso inclui sistemas que fazem parte de aplicativos corporativos e aqueles que são complementos.

Uma revisão da arquitetura corporativa costuma ser mal interpretada como um projeto de TI. Na verdade, é um roteiro devidamente planejado que ajuda a moldar todo o ecossistema de uma empresa, reforçando a eficiência e a lucratividade do cenário de aplicativos corporativos atual e futuro da sua empresa.

Às vezes, sintomas claros de disfunção indicam a necessidade de uma revisão. Por outro lado, as organizações com um longo histórico de sucesso no uso de tecnologias e processos mais antigos nem sempre detectam que melhorias valiosas permanecem não realizadas em seu cenário atual de aplicativos corporativos. Semelhante a fazer um check-up com seu médico, uma avaliação visa melhorar a saúde de sua arquitetura, independentemente dos desafios que sua empresa enfrenta. As empresas de melhor desempenho agendam esses tipos de revisões anualmente, com o objetivo de identificar sintomas sutis, evitar problemas maiores e aproveitar proativamente os avanços em tecnologia o mais rápido possível. Por outro lado, empresas menores acham que esse assunto não é para elas e que tudo isso custa muito dinheiro. É um engano.

 

Todas as empresas enfrentam mudanças contínuas, e a maioria precisará evoluir substancialmente pelo menos uma vez – seja para ter sucesso no mundo digital, acompanhar as grandes mudanças do mercado ou responder a ameaças sérias e interrupções do setor. Uma revisão completa da arquitetura corporativa anda de mãos dadas com a evolução dos negócios, esclarecendo os objetivos e determinando o suporte arquitetônico que essas metas exigem.

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