*Por Carine Roos, CEO e fundadora da Newa
Em tempos onde as organizações abrem espaço cada vez mais para desenvolver lideranças mais humanizadas, Elon Musk tem mostrado repetidamente comportamentos de uma liderança tóxica. O executivo chegou para comandar o Twitter demitindo grande parte da equipe e depois de ameaçar os que ficaram para aceitar uma cultura “extremamente dura” com jornadas de 80 horas semanais, recebeu como resposta mais uma centena de pedidos de demissão.
Com isso, não só destrói todo o conhecimento adquirido por aqueles profissionais como também uma cultura organizacional admirada e construída ao longo de muito tempo. Ele se tornou um exemplo de como não agir frente aos colaboradores e outros stakeholders.
Ao fazer a chamada “eficiência”, toca em um ponto crucial: a quebra de confiança e até efetivamente de contratos de empresas que patrocinam o Twitter e o mantêm em pé. Hoje, 90% da receita da rede social vem de publicidade e é exatamente essas empresas que estão abandonando o barco.
No que se refere à comunicação, principalmente em casos de demissão em massa, existem diferentes formas de dizer a mesma coisa. Não é só a mensagem que importa, mas a maneira como é transmitida. A transparência não exclui a sensibilidade. É possível — e se deve — ser objetivo, claro e firme na hora de passar uma mensagem difícil e ao mesmo tempo demonstrar empatia .De olho neste cenário, elenco abaixo 8 sinais de uma liderança tóxica:
1) Ela nunca está errada: É uma liderança que acredita estar sempre certa, sem dar espaço para questionamentos sobre a sua conduta na empresa. Tem como uma de suas principais características a imposição do controle.
2) Espera que o colaborador seja como ela: Impondo comando da equipe, essa liderança espera sempre que o colaborador haja como ela em situações que possam vir a surgir no ambiente de trabalho.
3) Micro gerencia todo o tempo de trabalho dos colaboradores: É controladora e impõe muitas atividades dentro de um curto período de tempo, além de ficar supervisionando rotina por rotina o trabalho da equipe.
4) Não ouve o ponto de vista dos colaboradores: Nunca está aberta a questionamentos, críticas ou sugestões sobre como lidar com o trabalho. Não exerce a escuta sensível com os colaboradores.
5) É passiva-agressiva ou ignora os funcionários: Para se sentirem parte da organização, os colaboradores precisam ser ouvidos e fazer parte das discussões sobre a empresa. Isso traz diversidade e inovação para a organização. Quando um líder ignora seus colaboradores, ignora junto com isso a possibilidade de inovar no seu negócio.
6) Nenhum de seus colegas de trabalho se sente confortável para falar sobre algum problema: Um líder que não é empático e compassivo com o seu time abre espaços para que não exista uma relação de confiança entre o time. Quando isso acontece, todos saem perdendo, pois a segurança psicológica não é incentivada.
7) Acredita que o trabalho do colaborador nunca é suficiente: Uma liderança tóxica é aquela que não valoriza os resultados e conquistas do time. É aquela que mesmo vendo a entrega dos colaboradores, acredita que o trabalho desenvolvido por eles ainda é insuficiente.
8) É rápida ao apontar erros: Outro sinal de uma liderança tóxica é que ela em geral é mais rápida para apontar erros do que para expressar gratidão aos funcionários por algo que tenha sido feito.
Diante dos exemplos citados acima, como a sua empresa tem lidado com lideranças tóxicas?
* Carine Roos é especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão há 10 anos. Ela é CEO e fundadora da Newa Consultoria, uma empresa de impacto social que prepara organizações para um futuro mais inclusivo por meio de sensibilizações, workshops, treinamentos e consultoria de diversidade. Mais de 15 mil pessoas foram impactadas em vivências com mais de três mil horas em salas de aula e mais de 5 mil mulheres mentoradas, que hoje estão mais seguras, mais estratégicas, mais reconectadas com a sua história e com a sua essência. À frente da Newa, Carine tem como missão preparar líderes para que a Diversidade e a Inclusão sejam uma realidade imediata nas organizações.