Há estratégias de negócio onde a ideia é tão boa que o boca a boca é “viral”

Lembra daquele cheirinho de bolo as-sando na casa da vovó? E o picadinho de carne com tempero de mãe? Deu água na boca, não é? Em maio foi inaugurada no meu bairro uma loja de bolos como os da vovó, aqueles que a gente come no meio da tarde com uma xícara de chá. Quem aprecia doce já enten-deu a diferença – não é uma doceria que ven-de aqueles bolos para aniversários ou doces confeitados. Essa loja só vende bolos sem re-cheio, que você pode escolher dentre vários sabores: chocolate, fubá, cenoura… Enfim, um mix variado dentro da proposta.

Os bolos ainda podem receber cobertura de chocolate colocada na hora, se você quiser. Se só os bolos fossem bons, essa loja não teria recebido lugar de destaque neste artigo. O que me chamou a atenção é que estrategicamente eles deixam o cheiro dos bolos assando invadir a loja e as senhoras que atendem são avós autênticas, que recebem os clientes com um simpático sorriso e dão o acolhimento total, desde a escolha do bolo até o momento de fazer o pacote e falar para você como a vovó diria: “Melhor você carre-gar nesta posição para a calda não virar”. Re-sultado: você se sente bem ali, dá vontade de comprar, o produto é bom – e você volta! Importante perceber como há estratégias de negócio onde a proposta de prestação de serviço é tão boa e encantadora que o boca a boca é “viral”.

Eles não fazem divulgação na mídia. Eu conheci a loja por indicação e gos-tei tanto que já indiquei para quatro pessoas, inclusive uma delas se desloca de um bairro distante só para comprar os bolos, tamanha a atratividade desta proposta. Também foi por indicação que conheci um restaurante nos Estados Unidos que para mim é uma referência em comfort food. Tam-bém conhecida como comida prazerosa, esse tipo de comida que não possui requintados toques de chefs famosos, tampouco técnicas culinárias avançadas, conquista o consumidor por sua simplicidade. Normalmente ela remete a lembranças da infância ou algum mo-mento prazeroso que de forma consciente ou inconsciente são associados a essa comida.

Cada pessoa tem a sua comfort food. Para mim, a rede americana Cracker Bar-rel ganhou mais do que a denominação de co-mida prazerosa – ganhou também um status de parada obrigatória quando viajo pelos Es- Importante perceber como há estratégias de negócio onde a proposta de prestação de serviço é tão boa e encantadora que o boca a boca é “viral”. Eles não fazem divulgação na mídia tados Unidos de carro.

Na hora que dá aquela fome me lembro da refeição caseira que eles servem de maneira simples e deliciosa. Como se não bastasse, ainda tem uma lojinha de presentes acoplada que dá vontade de levar tudo para casa. Para completar a experiência há uma varanda enorme na frente da loja com muitas cadeiras de balanço onde você pode descansar um pouco antes de pegar a estrada novamente. Proporcionar conforto aos clientes virou um ótimo negócio.

Desde 1969, quando o fundador Dan Evins abriu o primeiro Cracker Barrel pensando em como ter um negócio que fizesse as pessoas se sentirem confortá-veis quando estivessem longe de casa. Para definir o que ele ofereceria pensou em coi-sas que remetessem ao lar, tais como potes de geleias e doces, cadeiras de balanço, etc. Foi assim que nasceu uma rede cuja missão é agradar às pessoas fazendo coisas simples, mas bem-feitas. Ela cresceu e hoje conquis-tou a malha rodoviária dos Estados Unidos com mais de 600 restaurantes. Quando você estiver por lá, vale a pena conhecer! 

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