Por Caio Reina, fundador e CEO da RoutEasy*
A sustentabilidade tem sido um tema cada vez mais discutida, especialmente à medida que os impactos das atividades humanas são sentidos na natureza e na qualidade de vida das pessoas.
Para as empresas, a implementação de práticas mais sustentáveis está se tornando prioridade, já que as marcas que são percebidas como conscientes do ponto de vista ambiental e social tendem a ter uma reputação melhor entre os consumidores e a sociedade, o que pode resultar em maior fidelidade do cliente e em um melhor posicionamento de mercado.
Dessa forma, a logística verde tem ganhado mais espaço. O termo se refere ao grupo de políticas e medidas destinadas a reduzir o impacto ambiental causado pelo setor logístico em geral. É um tema de extrema relevância para o progresso do setor.
Pensando nisso, separei algumas dicas de como garantir uma logística mais sustentável e, ao mesmo tempo, eficiente para as empresas.
O que é logística verde?
Primeiro de tudo, é preciso entender que a logística verde é o conjunto de estratégias e ações voltadas para otimização dos recursos de produção e transporte, com o objetivo de minimizar os impactos socioambientais causados pelas operações logísticas.
A ideia é que a empresa aprimore e modernize o seu fluxo logístico garantindo que isso não afete a natureza e qualidade de vida das pessoas.
Assim, questões como redução de emissão de gases poluentes na atmosfera e menos desperdício de insumos estão inseridos, além de outros pontos.
Quais os principais impactos ambientais?
As atividades logísticas podem causar diversos impactos ao meio ambiente, como a emissão de gases poluentes, o consumo de energia e recursos naturais e o desperdício de materiais.
O transporte é uma das principais fontes de emissão de gases de efeito estufa. Por isso, é importante adotar estratégias para torná-lo mais eficiente, como a utilização de rotas mais curtas e otimização de carga.
Como garantir uma logística sustentável?
Existem diversos pontos que podem ser levados em consideração na hora de criar estratégias para redução de impactos ambientais, como:
Otimização de rotas:
A otimização de rotas de transporte reduz o consumo de combustível e, consequentemente, a emissão de CO2. Com um planejamento adequado, é possível realizar mais entregas em menos tempo e reduzir a quilometragem percorrida.
Reaproveitamento e reciclagem de produtos:
A logística reversa pode ser uma boa aliada para reciclagem e devolução de produtos. Essa tarefa tem como objetivo dar atenção aos produtos mesmo depois que eles foram entregues aos clientes. Na prática, consiste no recolhimento de materiais para reciclagem, descarte correto de embalagens, entre outros.
No geral, existem algumas atitudes que promovem a logística reversa na empresa, como:
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Informativos aos clientes nas embalagens que ensinam o descarte correto do produto;
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Inclusão do serviço de recolhimento de produtos descartáveis nas rotas de entrega;
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Parcerias com ONGs ou cooperativas que reaproveitam produtos ou embalagens descartados pelos consumidores.
Veículos elétricos:
Uma outra tendência do setor é a utilização de carros elétricos ou híbridos, que são muito menos poluentes do que os motores a combustão. Essa tem sido uma estratégia adotada por diversas operações logísticas,, mas, claro, existem alguns desafios. O principal deles é lidar com a baixa autonomia desses veículos, já que não existem tantos postos de recarga espalhados pelo Brasil. Por isso a necessidade de um bom planejamento de rotas e de tecnologias que ajudem a fazer uma gestão operacional de ponta a ponta.
O investimento em sustentabilidade pode gerar não só vantagens para o meio ambiente, mas também para a operação, que ganha em produtividade e economia. Por isso, é importante pensar em como implementar uma logística que seja mais sustentável e, ao mesmo tempo, eficiente para os negócios da empresa.
*Formado em Engenharia Cartográfica pela UNESP, Caio Reina possui um mestrado em Engenharia de Transportes na USP, que, inclusive, deu origem ao projeto da startup. Com experiência em empresas como EY (Ernst & Young) e entusiasta por novas tecnologias e otimização de processos, é fundador e CEO da RoutEasy, startup que oferece soluções 360 no segmento de logística.