Independentemente do porte da empresa, empreender em família é muito comum entre os brasileiros. Muitas mães e filhos têm se unido para realizar o sonho de serem donos de seu próprio negócio. Um bom exemplo é o Ateliê Mãe&Filha, em Brasília (DF). Cristina e Marcella Nasser começaram a empreender vendendo brigadeiros.
Em 2010, a ideia surgiu numa noite de reunião na família. A filha adolescente Marcella preparava brigadeiros, canjicas e biscoitos, enquanto a mãe experimentava cada uma das delícias. “Nesse dia, pensei: ‘por que não fazemos essas gostosuras para vender?’”, relata Cristina. Nascia então o ateliê Mãe & Filha, inicialmente, com a venda de brigadeiro no potinho. Hoje, as duas dividem o trabalho de maneira harmônica: Marcella cuida da produção de todas as receitas e Cristina administra o negócio e cuida da apresentação dos produtos.
Já são sete anos de sociedade e uma prova de que é possível empreender em família. Mas, para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, para que a parceria empresarial entre filhos e mães dê certo é preciso muita disciplina e saber separar bem a vida profissional da pessoal. “Gerir um negócio e compartilhar as decisões que vão nortear o rumo da empresa não é tarefa fácil. No entanto, o desafio é ainda maior quando o chefe, o colega ou sócio é a própria mãe ou o filho”, afirma.
O importante nesse tipo de organização é profissionalizar a gestão empresarial para evitar erros básicos, como juntar as contas de casa com as da empresa. Ao envolver a família é preciso remunerar o funcionário parente como qualquer outro colaborador, de acordo com o mercado e função a ser desempenhada. Não se deve ainda conceder privilégios ao empregado ou sócio só porque é membro família. “O ideal é cobrar resultados com até mais rigor para dar exemplo aos demais. Sem essas precauções, quem perde é o negócio que fica menos competitivo’, complementa Afif.