Apesar dos recentes episódios envolvendo a equipe econômica, relacionados ao estímulo, através da redução de impostos da linha branca, móveis e automóveis, além da desoneração da folha de pagamento e redução dos juros para buscar um fortalecimento das industrias, ainda são primárias as necessidades que o País precisa para atender a todas as prioridades para o retorno ao crescimento sustentável. Estamos diante de uma situação bem mais complexa do que em anos anteriores, quando apenas houve uma marolinha, conforme dizia Lula quanto aos problemas que o Brasil enfrentou com relação ao problema pontual dos Estados Unidos, na bolha do crédito imobiliário.
Infelizmente a busca são por ações presentes, nunca estratégicas quando se pensa no futuro do país, apenas se estabelecem medidas paliativas que não surgirão manutenção no seu longo prazo como por exemplo a desoneração temporária dos impostos e contribuições, a queda dos juros para o patamar de 7,25% ao ano. Tais medidas levam a uma situação falsa de retorno ao crescimento, mas, o próprio governo esta com as calças na mão se começar a haver inflação, pressão por aumento do repasse dos combustíveis, inadimplência e queda de empregos. Portanto um crescimento no 3o trimestre de 2012 de 1% não reflete a situação real que o país atravessa e que teremos grandes problemas se a atitude do governo continuar sendo a de apagar incêndios.
Existe a iminência de uma aceleração da inflação que poderá ser jogada com a barriga para janeiro de 2013 em virtude da necessidade cada vez mais latente de repassar o aumento dos combustíveis, veja que somos cada vez mais auto suficientes, mas, importamos recentemente 20% de petróleo. A autossuficiência com aumento de custos encarece o processo produtivo e faz com que a empresa assuma prejuízos quando importar poderá ser mais vantajoso e reduzir de forma substancial os custos da geração pelos custos da importação.
O que vem sendo observado é que cada vez mais o país esta endividado, o superávit primário já não é suficiente para pagamento dos juros da dívida, fato esse que aumenta ainda mais o endividamento por falta de amortização pelo menos dos juros da dívida principal. Esse é um outro prisma preocupante para a equipe parar de fantasiar PIB´s futuros elevados e dar a falsa impressão de que a economia vai bem, Guido Mantega é bom nisso, mas, depois fica justificando e colocando a culpa em outros países pela sua inércia na condução dos negócios.
O que precisa é o governo cuidar mais das prioridades e verter sinergia para estimular a produção e atender à demanda interna e internacional. Ser campeões de exportação de produtos primários leva ao empobrecimento do seu parque industrial e a dependência a produtos de maior valor agregado produzidos no estrangeiro. É preciso cuidar dos consumidores para que, através dos estímulo ao crédito, não gere uma bolha e deixe os brasileiros mais pobres e sem condições de consumo.
Reginaldo Gonçalves é coordenador de Ciências Contábeis da FASM (Faculdade Santa Marcelina).