Mercado pet ainda é pouco explorado no país

Previsões da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação) indicam que, em 2015, o setor pet atingirá R$ 17,9 bilhões em faturamento, um aumento de 7,4% sobre 2014. Os responsáveis pelo montante são os 132,4 milhões de animais de estimação, divididos em 52,2 milhões de cães, 37,9 milhões de aves, 22,1 milhões de gatos, 18 milhões de peixes ornamentais e 2,21 milhões de pequenos animais, como répteis e mamíferos, de acordo com dados do último levantamento, realizado em 2013, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com Ana Vecchi, diretora da consultoria Vecchi Ancona, que tem mais de 20 anos de atividades em gestão e formatação de negócios no país, o mercado ainda tem bons espaços para crescer, inclusive através do sistema de franchising, seja em pontos fixos ou em operações móveis. A consultora conta que atualmente apenas três marcas de pet shops, por exemplo, são associadas à ABF (Associação Brasileira de Franchising). São elas: Meu Amigo Pet, Petland e Pet Bonosso. “No entanto, todas operam em instalações fixas, ao menos por enquanto”, afirma.

Segundo avaliação de Ana Vecchi, o segmento é composto, em sua maioria, por unidades independentes e com poucas (e pequenas) redes próprias. Ainda não há um player de porte nacional, por exemplo, o que indica que ainda há muito mercado e oportunidades para serem explorados.

Essa pulverização no mercado de pontos fixos também ocorre com os pet shops móveis, cujo mercado é composto, em sua maioria, por pequenos empreendedores com marca própria e um veículo atuando em partes de seus respectivos municípios. O conceito de pet shop móvel é pouco explorado no Brasil – tanto que é comum encontrar notícias em jornais locais sobre “o novo conceito que chega à cidade”.

Em pesquisa pela internet, identifica-se 34 marcas de pet shops móveis, a maioria concentrada em SP (18). Apenas quatro são redes de franquias, nenhuma associada à ABF. São elas: Van’s Dog Serviços Pet Móvel, que tem duas unidades no Paraná; Pet Shop Móvel Animal Etc. e Tal, com uma unidade em São Paulo; Turma do Banho, com seis unidades entre São Paulo e Rio de Janeiro e PetShop Móvel, com nove unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pará e Minas Gerais. “A tendência é que o segmento continue amadurecendo, mas é pouco provável que haja um boom de marcas e franqueadoras novas devido à situação econômica do país em um intervalo de tempo curto”, avalia Ana Vecchi.

A profissional também fez uma análise do perfil das empresas do segmento. Concluiu que são empresas que ainda estão nos primeiros estágios de estruturação de rede de franquia, com poucos – ou nenhum – franqueados. “O que chama atenção é a dificuldade de reunir informações sobre as marcas, mesmo do ponto de vista de quem quer investir nas franquias: números, quando existem, são inconsistentes”, conta.

Exceto a Turma do Banho, nenhuma marca divulga a quantidade e localização de unidades. Além disso, todas oferecem mix de serviços equivalentes e buscam atingir o mesmo público-alvo: donos de cães, das classes A e B. O investimento para abertura de uma unidade varia entre R$ 69 mil e R$ 160 mil, contando com o veículo.

Vecchi também oferece dicas para avaliar e escolher uma franquia do setor. “Além do básico para qualquer segmento de franquia (identificação com o setor, valor e retorno do investimento, lucratividade e rentabilidade, desafios operacionais e de gestão, apoio/suporte dado pela franqueadora etc.), custos de manutenção e seguro, legislação local (Precisa de alvará de funcionamento? Autorização da Vigilância Sanitária? Outras exigências? Permissão especial para circular ou para atender estacionado na rua?), o franqueado deve ter preocupação especial com a higiene e com as condições de armazenamento e refrigeração de produtos/alimentos nas unidades itinerantes, necessidade de espaço para estoque, necessidade de um responsável técnico (veterinário), além de documentos do carro e do motorista em dia e curso de banho e tosa comprovados pelo profissional que oferecer o serviço”, explica. Como próximas inovações, ela aconselha investimento sem serviços de clínica veterinária e serviços para outros tipos de animais, como gatos, aves, roedores, etc.

Facebook
Twitter
LinkedIn