*Por Andrea Miranda, Cientista de Computação, com mais de 30 anos de experiência em TI aplicada ao marketing digital e publicidade. É cofundadora e CEO da STANDOUT, martech referência em trade marketing digital
Até há alguns dias, em uma busca no Google com a palavra “metaverso” apresentava na primeira página de resultados a pergunta “Quem é o dono do metaverso” e ao clicar devolvia assim de bate pronto: Mark Zuckerberg. Bom, isso está errado de tantas maneiras que resolvi escrever.
Primeiro pela pergunta: poxa, ninguém é o dono do Universo, então como alguém poderia ser o dono do metaverso? Mas espera, o que uma coisa tem a ver com a outra? Bem, se a gente conceituar que no metaverso tem tudo o que tem no mundo real, só que digital, começa a fazer mais sentido né?
Segundo que se não estiver integrado, conectado com seus pares, não pode ser chamado de metaverso. Uma andorinha só não faz verão!
Pense num ambiente digital, com pessoas digitais, vivendo uma vida digital. Assim, como se você acordasse e já estivesse com seus óculos de realidade virtual, se olhasse no seu espelho digital e visse seu avatar, fosse pra escola ou trabalho virtual, ou fosse dar uma zapeada nas redes, entrasse no Meta e bingo: chegou no metaverso do Zuckerberg, que é uma partezinha do seu dia, e, portanto, uma partezinha do metaverso. Assim como o Facebook é uma partezinha do seu universo. Sacou?
Ocorre que o Mark está fazendo uma das coisas que ele faz melhor, que é marketing, a ponto de você achar que o metaverso era dele. E não é. Ele criou o metaverso da Meta Company. Para ser metaverso mesmo, precisaria ser um ambiente no qual pudéssemos ter todas as coisas integradas, na qual o seu avatar pudesse sair da área do Facebook e entrar na área do Google com a mesma facilidade que você troca de aba no seu navegador.
Quando em 1992 começaram a surgir os primeiros provedores pelo mundo, criando a semente do conceito atual de internet, não tinha a minha internet, nem a internet do Fulano. Juntou a turma da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) e rapidamente sentiram a necessidade de definir algumas regras e protocolos de acesso, para que todo mundo pudesse se beneficiar coletivamente dessa invenção que viria a mudar a nossa forma de nos conectarmos com o mundo. Nascia assim, pelas mãos do Tim Berners-Lee, o World Wide Web Consortium (W3C), cujo lema é “Levar a Web ao seu potencial máximo”.
E como vamos conseguir levar também o Metaverso ao seu máximo potencial se o que temos hoje são apenas pequenos micro versos desconectados entre si? Se o Fortnite, o Meta do Zuckerberg e os outros metaversos todos não se integrarem, formando um metaverso de verdade, estaremos todos fadados ao fiasco do Second Life (alguém lembra dele?).
Bem que o Mark Zuckerberg, que tem tanta vontade (necessidade, desejo…) de ser o grande nome do Metaverso, poderia liderar a iniciativa de criar um W2MC (o World Wide Metaverso Consortium), né?